quinta-feira, setembro 01, 2005

Fim de Semana

Pois é minha gente, saí fugida na sexta-feira pronta para um fim-se-semana de amor tórrido com um rapazinho que tá há tempos na área, coisinha trivial, sem sair da cama mesmo, apenas um passeiozinho pelo Rio... Levei
cerveja, maconha e um livro de poesias para esquentar a vida que andava muito chata, e saindo de casa falo para a vida: surpreenda-me! Olho para o céu e a lua está linda, grande, como que dizendo: não desiste, a vida
sempre tem com quê te surpreender...

Ah, vai, fui para a Rodoviária, montei no busão, fugindo o mais rápido para seduzir o moço (perfil: jjornalista, gaúcho, 25 anos, braços e pernas fortes, barba mal-feita, meio hippongo... ). Na estdada, eu delirando pelas
pernas do moço (não é que eu me tornei um daqueles caras canalhas de quem a gente sempre fala mal? sem tirar nem pôr! É comer e contar pras amigas que, afinal, o que é bom tem que faturar,o que é ruim a gente esconde!) Bom, não me pára uma viatura de Federais e faz a revista no busão inteiro , eu com um embrulhinho de maconha na bolsa, já pensando em ir pra cadeia, bufando, tremendo, os hómi reviram a minha bolsa e por mão de Virgem Crispim não encontram nada, vão embora - e a vida me pisca: brinca não, filha, que tem surpresa de todo tipo...
Vai que chego, pego taxi, cheirosa, bunita e gostosa, cheia de idéia pra trocar, seduzo o rapaz com massagem nas costas, beijinho na nuca e vai... "Mas na hora da cama nada pintou direito", dizia o Caetano, e tem vez que não, né? Onde esses meninos aprenderam a beijar??? Parecia uma hélice dentro da minha boca, uma coisa giratória, dura, Deus do céu, broxante, e ainda aquele pinto meia-bomba, a mão que não sabe onde vai, uma careta apavorante... E eu confirmo pela décima terceira vez que não tem corpo como o do meu ex, que não tem pele como a dele e nem beijo como o dele... Mas pra não chorar, que não é época, levanto da cama e vou na varanda: Tá legal, bela surpresa, vida. Agora: surpreenda-me mais se for possível.
...ela me responde com um lindo sábado de sol e uma bicicletada em volta da Lagoa Rodrigo de Freitas, um bom papo entre amigos (é amigo, né, fazer o que), uma cerveja... Com um colega da escola! Encontrei o moço e sua respectiva e confesso que jamais tinha conversado com ele, foi o máximo, muito gente boa, a respectiva também...

Tudo na boa, a boa-nova é que o meu rapaz terá que trabalhar no domingo e - graças! - vou poder ficar livrezinha no Rio dando rolê de bike e nadando nas águas cariocas, o que eu faço com gosto. Aí, uma coisa: tô andando de bike qaundo me chamam meu digníssimo nome. Olha só, um amiga do peito aqui de São Paulo me abraça alegre, e eu acabo de passar no seu caminho do nada... o Rio tava mais era parecendo boteco da esquina. Mais uma coincidência, mais uma piscadela da vida..."Nem pense que já me viu toda, nem seja tão prepotente que te quebro as expectativas..".
E vamo que vamo, eu e o gaúcho dormimos, bebebos, conversamos muito, mais passeio, mais relax (sem mais sexo, please), e volto contenta para Sampa de ônibus, poltrona 17, enfilero no busão chique quando vejo quem na minha frente??? Uma griga nova no pedaço, amiga aqui de Sampa, ela tb veio pro Ro no finde e
terminamos a empreitada com uma bela conversa inter étnica entre uma branquelona e uma pouco menos branca, roubando um belo travesserinho de cheiro no final. Chego em Sampa, uma mensagem de uma brother no meu celular celebra a minha vaquice em tom amigável, e tá tudo certo. Nem dá pra ficar triste. A vida é intangível.