quinta-feira, janeiro 19, 2006

No rastro de Malvina

Uma semana após os crime que chocou o país, a equipe de Nossa Era traz para seus leitores um perfil da jovem acusada de envenenar o ex-marido e a nova namorada dele, de origem espanhola, na casa do rapaz. Nossos repórteres mostram como por trás da aparente normalidade se escondia uma mente criminosa e altamente perigosa. Por Paula Tejano, Caio Pinto e Armando Rôla.

Quando descobriram os corpos assassinados sobre o futon amarelo, os amigos do germano-brasileiro jamais imaginavam que a autora do crime era a ex-esposa Malvina Malva. Durante anos, conviveram pacificamente com ela sem reparar que debaixo do sorriso insistente se escondia uma mente criminosa das mais perversas.

Mal sabiam sobre o passado da garota. Segundo colegas da escola onde estudou, Malvina costumava subir nas árvores do pátio para chamar a atenção dos adultos. Ficava horas ouvindo música – rock e, às vezes, Chico Buarque – e esperando alguém notá-la. Na sala de aula, a menina era ainda mais problemática: cismava interromper explicações para fazer perguntas difíceis e muitas vezes fora do tema “só para chamar a atenção”. Malvina se esforçava em tirar notas altas e ser a primeira da turma, demonstrando enorme ganância e, mais uma vez, carência de afeto que não recebia em casa.

A mais nova das irmãs, Malvina sofria agressões constantes das mais velhas e, ao chegarem a adolescência, foi totalmente abandonada por elas. Segundo vizinhos, ela começou a andar com meninos e a praticar esportes, tornando-se agressiva e “esquisita”. “Parecia um moleque, ficava andando de bicicleta. E uma vez eu ouvi um porteiro comentar que ela roubou um doce na padaria”, diz uma vizinha.

Se já nascia ali uma propensão para o roubo, ela só foi realizada plenamente em 1999, quando Malvina, morou durante um ano no exterior. Diversas fontes confirmam que ela tinha o hábito de roubar CDs, comida, enfeites para cabelo – que nutriam a sua obsessão pelo cabelo arredio – e até um relógio. A coisa ficou pior quando ela conheceu um obscuro ator com quem passou a dividir o gosto por bizarrices: certa noite, foram vistos transando sobre um sofá que estava amarrado sobre um carro estacionado em plena rua. Não raro, eram flagrados por câmeras se bulinando nos ônibus e nas ruas da cidade.

Mas a obsessão sexual que Malvina nutriu toda a vida teve início ainda na adolescência, quando ela tinha apenas 13 anos. Esperta, seduziu um rapaz bem mais velho do que ela, tirando-lhe a virgindade, e depois abandonando-o por outro. Seria o primeiro de uma longa lista – ela costumava explorar sexualmente os rapazes até se cansar, para depois trocá-los por outros – em que constam um gótico, um punk, um pseudo-intelectual bêbado e um negro, todos irremediavelmente danificados psicologicamente pelo convívio com a moça.

Já o germano-brasileiro seria o primeiro – seria – a se livrar intacto de uma longa relação com Malvina. Depois de anos de casados, nos quais ele chegou a ser mordido e estapeado não apenas uma vez, além de ter que calar diante do inadequado hábito profissional dela de passar dias e dias longe de casa para conviver com pessoas humildes e às vezes até criminosos (alguns afirmam que ela costumava se envolver sentimentalmente com pobres durante esses trabalhos), ele finalmente se via livre da demoníaca moça, tendo encontrado uma espanhola que aceitou viver com ele na casa que antes fora de Malvina. Nem imaginava o que podia lhe acontecer.

Colegas de trabalho afirmam que Malvina era uma mulher obsessiva, que muitas vezes não pronunciava palavra – “nem bom dia”, diz uma estagiária que pediu para não ser identificada – e não media esforços para subir na carreira. Era uma puxa-saco inegável, sempre procurava chamar a atenção do chefe nas reuniões e jamais – jamais – pagou uma cerveja, ou um cafezinho, a quem quer que fosse. Dizem ainda que ela freqüentemente assediava os estagiários e até estagiárias que passavam por ali. Ah, sim, porque Malvina também tivera experiências sexuais com mulheres, chegando a ter um relacionamento com uma lésbica durante meses; e alguns asseguram que ultimamente ela era dada a fazer sexo com casais ou até mais. Não bastasse isso, Malvina era viciada em maconha, e chegou até mesmo a freqüentar o ambiente de trabalho drogada.

Desde semana passada, Malvina está foragida e não há notícias dela. No entanto, pelo seu perfil, não resta dúvida de que foi ela, sim, que assassinou o jovem alemão e sua namorada. Antes do fechamento dessa edição, um informante ligou à redação dizendo que ela teria sido vista, "louca e nua", caminhando por uma praia no Caribe; mas a história não foi confirmada.

1 Comments:

Blogger malvinas said...

Acabam de descobrir que foi essa mesma mulher que matou um promissor cantor de rap, lider da banda Os Mastruços causando revolta de milhares de pessoas!!!!

Socorro!!!!!!!!! Essa Malvina é mesmo um perigo!! Eu tenho medo dela! Vai que... Já pensou?

12:03 AM  

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