quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Éter

Vou te deixar, amor novo, você não é compatível com a minha vida. É, é prático isso, mas como te disse ontem, não somos feitos só de fundo, mas de raso e mui raso também. Amor novo, não fique triste. Seremos amigos, disso você sabe. Ou seremos uma pétala de flor entre as páginas de um livro pesado escondido lá na estante. Vai ser engraçado abri-lo um dia e lembrar do que fomos, quando já tudo estiver dormindo dentro de mim. Amor novo, você combina mais com fim de tarde na praia do que com almoço no meio do expediente. Então guarde a sua poesia para você. Agora que decidi partir ela não me parece mais tão bonita. Amor novo, eu te amo, é claro. Te beijei ontem, com gosto de vinho, cigarro e gato preto. Por isso te deixo tranqüila. Hoje acordei faroleiro, sem querer enfrentar o mar por você. Ai amor novo, você há de compreender. Vou tentar não te magoar. Deixarei de escrever, àquele filme não vou com você, não. E assim quem sabe, feito o éter, nossa história irá se evaporar e deixar só um leve perfume para trás...

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

achei e 3x4 teu
e não podia acreditar
que tinha sido há tanto tempo atrás...

6:26 PM  

Postar um comentário

<< Home