terça-feira, novembro 21, 2006

Passagens, ou: eu tenho acentos!

Se que estou distante, Malvinas (e não é uma piada babaca, porque nesse mundo virtual não há distâncias). Mas é que a distância vai se construindo no dia-a-dia, nas pequenas prioridades que a gente vai escolhendo, claro, mas que também escolhem a gente. Então pra variar esse vai ser um post rápido, mas sincero. Não tive tempo de descrever longamente como estou apaixonada, e como é delicioso me deixar levar por esse turbilhão uma vez mais, todo o medo enterrado lá atrás. Não tive tempo de escrever como ele me faz bem nem de descrever as nossas deliciosas noitadas, eu na minha cama e ele na dele, a oceanos de distância e ainda assim juntinhos - tão mais juntos do que o homem com quem dividi a cama durante longos anos... Não: esse texto é sobre a conquista dos acentos, que finalmente eu tenho configurados no meu teclado, e que vieram junto com uma das maiores conquistas que eu tenho obtido, a coragem de encarar a máquina, a criação humana que nos dificulta, mas ah! facilita tanto a vida. Demorei quase dois meses para descobrir como colocar os acentos na porra desse teclado, mas finalmente, sozinha, com persistência e paciência eles vieram. Sozinha. Maior orgulho de mim mesma por descobrir no meio dos links e links e links do meu laptop como afinal eu podia colocá-los a meu serviço. E aqui estão, e são todos meus, e eu posso fazer o que quiser com eles! E aí vem a razão maior desse texto, que é o seguinte: é bem verdade que eu não consegui ajustar o keyboard para o modelo perfeito, em que tudo encaixe no que diz cada tecla. Mas não tem problema, porque a tecla do canto superior esquerdo, que diz "aspas e tracinho em pé e um L esquisito deitado na horizontal" é na verdade a tecla para o meu ão, que me obriga a fazer um movimento meio esdrúxulo quando eu quero dizer um ão como do coração e de emoção e da solidão - palavras que afinal são tão dramáticas quanto o movimento que eu tenho que fazer para escrevê-las, cruzando a mão direita sobre a esquerda. E esse movimento, Malvinas, é o mesmo que eu fiz tantas vezes quando ainda morava na casa da minha mãe (outro til aqui) e usava os teclados para engatinhar nos textos que escrevia. E esse movimento é nostálgico e me lembra o Brasil, e o quanto eu amo nossos ãos e ões que aqui ninguém consegue pronunciar: macarrão, canção, tesão, ilusão, criação, ação, feijões, tradições, diversões, decisões, mamões (ou mamãos?), mãe, minha mãe, supermãe, doce mãe, extramãe, vida-mãe, over-mãe, sobremãe, mão, minha mão percorrendo o teclado.

2 Comments:

Blogger malvinas said...

ah malvina, que lindo..... lindo lindo lindo seu texto... mesmo com os erros de digitação hehehe...

saudaaaaaaaaaaaaade de você.....
queria você pra tomar cerveja, fazer churrasco, dia de sol e tudo... o verão tá chegando aqui. tímido, mas tá chegando. aí deve estar ficando gelado. tenho saudade da sua risadona, de te ver falando no telefone... snif...

12:51 PM  
Anonymous Anônimo said...

crase pode ser considerado acento, não?

8:01 PM  

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