segunda-feira, maio 22, 2006

Do fim do fim do fim

Publico este e-mail que escrevi hoje...

"Foi bom que vc escreveu. Fiquei num silêncio longo, sem ter muito como falar, e aos poucos fui deixando o silêncio levar embora os descompassos do meu coração. Veio junto com aquela fase que eu te disse que estou vivendo, de calmaria, a paciência de aceitar as coisas e esperar que passem. Só. Continuo sonhando com você - a mente é a única parte de mim que não aceita com resignação a ausência dessa vontade futura. Ela não, ela acha uma pena não poder mais te ver, nem que seja uma única vez; e daí ela inventa encontros maravilhosos, quantas vezes eu tenho estado com você sem que nem você saiba... (minha vingancinha). Gato, no mais ando respirando fundo, fazendo ioga, dormindo quentinha, e trabalhando muito, muito mesmo. Acho que não vou mais viajar; aquele trabalho deu errado. Então está assim: acordo às 7 da manhã, e trabalho em casa até as 11h; daí venho para o escritório e trabalho até tarde. À noite volto para casa e cozinho, às vezes vejo um filme. A casa é grande e me ensina a não brigar com a solidão, que ensina. Leio um livro gostoso - já leu Jorge Luís Borges? - e durmo, tentando não sonhar com você.

Um beijo gostoso, gato.

E saudade."


Em resposta a esse, que recebi hoje. BEM menos eloquente. Mas com saudade.

"Olá minha querida....Malva. Como vai você? Escrevendo bastante? E a a ida para o estrangeiro, já está no esquema? E o coração já está na paz... Ou meio descompassado como o meu! Manda notícias , viu, bjs"

2 Comments:

Blogger malvinas said...

"Por enquanto estou inventando a tua presença, como um dia também não saberei me arriscar a morrer sozinha, morrer é do maior risco, não saberei passar para a morte e pôr o primeiro pé na primeira ausência de mim - também nessa hora última e tão primeira inventarei a tua presença desconhecida e contigo começarei a morrer até poder aprender sozinha a não existir, e então eu te libertarei. Por enquanto eu te prendo, e tua vida desconhecida e quente está sendo a minha única íntima organização, eu que sem a tua mão me sentiria agora solta no tamanho enorme que descobri. No tamanho da verdade?
Mas é que a verdade nunca me fez sentido. A verdade não me faz sentido! É por isso que a temia e a temo. Desamparada, eu te entrego tudo - para que faças disso uma coisa alegre. Por te falar eu te assustarei e te perderei? Mas se eu não falar eu me perderei, e por me perder eu te perderia."
(A Paixão Segundo G.H.)

2:46 PM  
Blogger malvinas said...

malvina, vc é uma lady. uma lady. parabéns.

7:48 PM  

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