segunda-feira, setembro 24, 2007

tenho de confessar, garotas, que do alto dos meus (quase) 24 anos, eu nunca fui - ou nunca tinha ido - ao motel.

sabe-se lá por quê. talvez seja sinal de sorte (sempre achei lugar melhor pra transar), ou de pobreza (é caro e tem que ir de carro). o fato é que, apesar de ter namorado firme algumas vezes e por um bom tempo, apesar de já ter dado pra caras que mal conhecia, apesar de já ter dado pra amigo, pra ex, pra cafajeste, enfim, apesar de ter tido um leque razoável de oportunidades para ir ao motel, eu nunca, nunquinha, tinha entrado em um.




até ontem.



sácomé: domingão à noite, um puta de um calor filha da puta, eu nessa minha vidinha de casada, fui buscar a esposa que tinha ido fazer um lance de trabalho na paulista. fomos comer alguma coisa, mas o calor era tanto que não dava nem pra comer, mesmo com fome. papo vai, papo vem, a gente ali querendo um mar, um rio... uma piscina. ah! já sei, piscina é mole: vamos no motel que tem. fiquei rindo um pouco, tudo bem então, temos grana, pede mais uma cerveja, a gente vai, nada bastante na jacuzzi e depois vai jantar. a cerveja demorou demais, acabamos pedindo a conta e vamos nessa, ai jesuis que eu vou ter que falar com a mulher na entrada, já que estou no volante né? vai nada, imagina, é tudo no interfone, pelo menos em brasília é assim, é motel, oras, as pessoas vão lá pra trair a esposa, cometer crimes, usar drogas, elas não têm que se identificar.

hã-rã. chego lá e - óbvio - é uma casinha tipo drive thru, com duas mulheres dentro perguntando qual é o tipo do quarto. e pedem os rgs. ok, tudo bem, dois rgs de mulher, éééé, a gente é muito doida, eu quero o quarto que tem hidro (vim aqui pra isso, pô), custa 90 reais por 12 horas. não dá pra ficar menos? a mulher faz uma cara estranha, você fica o quanto quiser até 12 horas. tá, tá, tá, ok, ok, ok, pode ser, só vamos logo com isso que meu estoque de cara de pau tá bem no fim e eu começo a ficar envergonhada. pode ir, meu bem, quarto número 11.

tudo bem. estaciono o carro, desço e... chego na porta do quarto: uma puta zona. não vi nada. só a cama completamente desarrumada. não consegui entrar, não pensei em nada, em menos de um segundo voltei a ser uma adolescente: quero desistir, quero desistir. cara, não sei o que me deu. entrei no carro, fomos embora, volto na recepção com a mesma mulher:

- ah, vocês são do 11 né?
- sim, eu quero desistir.
- mil desculpas, meu bem, o de vocês é o 46...
- não, brigada, quero desistir.
- mas já está arru...
- não, eu quero desistir. tchau.

ela devolve os rgs e pego a raposo me sentindo uma virgem de 16 anos. quero desistir, quero desistir. se toda a situação é ridícula, minha reação idem. passamos na frente de casa e resolvemos ir jantar. só consigo voltar a falar direito depois do primeiro chopp.







fico rindo enquanto escrevo esse texto, e uma frase não me sai da cabeça: como diz a bicha diretora de arte aqui do trampo, motel de novo, nem por um caralho!




uahuahauahuahauhauahauahuahauhauahuahuah

6 Comments:

Anonymous Anônimo said...

porra, ninguém ri das minhas piadas nesse blog!

:(

hahahha

11:19 AM  
Blogger Malvinas said...

hahahahahahahahahahahahaha eu gostei.

7:02 PM  
Blogger ... said...

li vários posts...
adorei a maneira como vc escreve...
vou visitar mais vezes

2:49 PM  
Blogger Malvinas said...

márcia, obrigada

mas somos várias, não só uma!

:D

3:28 PM  
Blogger Malvinas said...

hauauauahuahuahuahuaah ameeeeeei!
E eu que também nunca fui tava quase pedindo pro gato... ix acho melhor desistir
hauahuhaha

12:29 PM  
Anonymous Anônimo said...

motel é muuuuuuuuuito legal... vcs não sabem o que estão perdendo, meu bem!

10:38 PM  

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