terça-feira, agosto 07, 2007

Como é dificil acertar a chave...

Fazia tempo que eu não chorava. E agora desabo no elevador e mal consigo segurar o chaveiro de passarinho vermelho para abrir a porta, de tanto que tremo de raiva de mim mesma. Odeio ser tão intuitiva, odeio saber as coisas bem antes, odeio prever os acontecimentos por um simples olhar que dura alguns segundos a menos e mais do que tudo odeio saber agora que estive certa em cada detalhe.
Acendi um cigarro enquanto o blog carregava. Achei o coração da garota na internet. Mas isso foi ontem, e ontem eu não chorei. As datas, as fotos, os textos tão apaixonados e tão subjetivos que só aumentam a minha raiva por ainda deixar uma pontinha de dúvida. Ela acabou com o meu casamento. Com a minha familia. Acabou com seis anos de tijolo por tijolo num desenho lógico. Nunca soube se ele realmente me traiu. Mas o "namoro" me incomodava de um tanto que mandei ele embora. Namoro é sair pra passear, é receber mensagens de noite e de dia, é compartilhar de gostos e idéias. Eles tinham isso, portanto resolvi sair de cena. E ontem achei o blog. As datas me deram azia. Me reviraram o estômago. Que tivesse comido de uma vez, era o que eu dizia, e estava certa. Mas não. Ele esteve cozinhando a garota por todo esse tempo, assim como fez comigo antes de eu tomar a atitude. Que ódio da deslealdade. Não por agora, quero que os dois afundem na depressão conjunta, mas por ontem, pelo que sofri e agora, pelo que constatei.
O meu "for fun" também começa a desmoronar. Sinto medo. Sinto dúvidas. Não era pra ser assim. Não planejei. E não vou vou deixar outro cara me estragar de novo. Não. Não vou me iludir. Mas já gosto a mais do que deveria. E isso é desesperador. Sinto que ele começa a vacilar. É minha deixa pra cair fora, eu digo a mim mesma. Mas eu preciso de abraço. Por que mulher é assim? Por que precisa tanto de abraço e carinho no rosto e um foco pra se dedicar? Odeio. Luto contra ser mulher todos os dias, segundo a segundo, com os dentes. Contra a carência, contra a necessidade de apoio, contra a dependência. Mas começo novamente a vacilar. Pensar que queria um carinho só pra mim, um colo só pra mim. Mas acho, agora mais do que nunca, que isso não existe. Ou não por muito tempo.
Mas ontem eu não chorei. E agora tremo as unhas roídas sobre o teclado.
E tiro o telefone do gancho. E desligo o celular esperando desesperadamente que ele me procure tanto quanto da ultima vez. Mas, odeio ser intuitiva, isso não vai acontecer hoje.

1 Comments:

Blogger Malvinas said...

triste, triste...

9:33 AM  

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