domingo, setembro 04, 2005

de como um sábio chinês vale mais do que um don juan

tá bom, a gente fica triste, mas também não morre. pensando nisso duas das "malvinas" foram à festa de uma terceira. sim, era sabadão, e uma delas estava com uma baita ressaca acumulada de dois porres seguidos. a outra estava tomando antibiótico, aquelas caixas enormes de genérico que dão até medo. febre de quarenta graus na madrugada anterior. ok, é só uma passadinha pra não deixar uma malvina triste. porque as malvinas podem até ficar tristes por causa de homem, mas ficar triste por mancada de amiga é ainda pior.

só que a festinha rendeu. maior pegação. gatinhos tantos que não dava nem pra escolher. difícil escolher um e perder todos os outros. já via a hora que acabaria ficando sozinha por não conseguir abrir mão de nenhum. melhor não, escolho o mais cafajeste que pelo menos é garantia de muito beijo bom e nenhuma "fritação" depois.
é. foi exatamente o que eu consegui. o moço era mesmo profissional. bonito, gostoso, bom de beijo, de mão, bem diferente daquele que a outra malvina descrevia esses dias, o tal que fazia a careta apavorante. só que... gente! eu sou caretinha, acho. não sou nada moralista em relação a julgar os outros, mas eu mesma não sou dessas de muita putaria. juro que me envergonho disso, mas fazer o quê? o moço queria me levar pra casa, naturalmente, mas eu não quis não. mesmo que ele fosse gostoso e que eu também ande meio "carente" - pra não dizer outra coisa (que sou moralista, lembram?). não quis. tudo bem, eu estava cansada, mas nem é isso. mesmo que estivesse na melhor forma não ia querer. por que, hein?
fico muito puta. o que estou procurando? um amor verdadeiro a cada cara que eu for pra cama na vida? volto à minha questão de ter lido romances demais. porra, as pessoas podem até achar isso bonitinho, mas que mierda! eu acho é uma bosta. me comporto como uma menina de quinze anos. pra depois chegar em casa e ficar pensando no outro, que nem na cidade está, que difinitivamente deve (ele sim!) estar curtindo a vida como todo mundo.
aí, tá. fui jogar i-ching, esperando uma bronca dos meus sábios chineses. jogo. um hexagrama que eu nunca tinha visto, "comunidade com os homens". vou tentando em entender à medida em que leio, i-ching é aquela coisa que basicamente só depende da sua interpretação, eu procurava minha bronca. mas, valha-me minha nossa senhora dos chineses sábios, vejam bem a "linha móvel", que é o que uma malvina aqui disse que chama "oráculo" e corresponde ao futuro:
Nove na quinta posição significa: Homens ligados por um sentido de comunidade primeiro choram e se lamentam, mas depois riem. Após grandes lutas conseguem encontrar-se.
Duas pessoas estão exteriormente separadas, porém unidas em seus corações. Suas posições na vida as mantêm separadas. Erguem-se, entre elas, muitos obstáculos e impedimentos, causando-lhes tristezas. Mas elas não permitem que nada as separe e permanecem fiéis uma à outra. E ainda que a superação desses obstáculos exija grandes lutas, elas vencerão, e ao se reencontrarem suas tristezas se transformarão em alegria. Confúcio comenta a respeito desta linha: "A vida conduz o homem responsável por caminhos tortuosos e mutáveis. Muitas vezes o curso é bloqueado, em outras segue desimpedido. Ora pensamentos sublimes vertem-se livremente em palavras. ora o pesado fardo da sabedoria deve fechar-se no silêncio. Mas quando duas pessoas estão unidas no íntimo de seus corações podem romper até mesmo a resistência do ferro e do bronze. E quando duas pessoas se compreendem plenamente no íntimo de seus corações suas palavras tornam-se doces e fortes como a fragrância das orquídeas".
aaaah... dá pra não ser romântica? (suspiro) (suspiro) (suspiro)
fico com meus sábios chineses, viu? eles é que sabem dizer o que eu quero ouvir.