quinta-feira, outubro 13, 2005

Sem açúcar

Não, não consigo dormir, não consigo pregar os olhos, fico fritando a noite inteira na cama – e olha que eu adoro dormir, mas quando eu apaixono não. Não consigo. Ontem encontrei o rapaz, me parece ainda mais bonito e ainda mais tesudo, ele vem me cumprimentar por primeiro, me sorri no melhor estilo canalha, aquele bem gostoso, e me abraça, um longo e apertado abraço e eu já não solto, os corpos se reconhecendo, se encontrando nas pequenas curvas, aquele pinto lindo endurecendo... Assim.

- Demorô para a gente se ver, né?
- Você não ligou..
- Ah, uma pá de problema, meu telefone tstststs, tô sem internet chchchchchc, sem tempo crcrcrcrc... blablabla. Mas você sabe como me achar!

E eu já não largo mais, ele me beija, ele me vem e vai a noite inteira, me beijando, me pegando, eu estremeço, eu suo, eu fico paralizada, não respiro - é incrível o que ele faz comigo. E ontem eu vi, bem como eu previa: o rapaz vive cercado de um harém, tem um monte de gostosas querendo dar pra ele. A noite inteira. Cadê a senha?

- Ih, esse aí é canalha, tá na cara. – me avisa uma Malvina de plantão, vendo a figura.

Mas é, e daí? Agora é a minha vez! A vida toda fugi dos canalhas, a vida toda só tive mocinhos bonzinhos que me amaram demais, e agora um feitiço, sei lá, só me aparecem canalhas... E cada canalha bom, sô! Porque, a bem da verdade, como vocês já estão cansadas de saber, eu quero mais é foder. Foder bem. Gostoso. Conversar. Tomar cerveja. Foder de novo. Que eu mereço.

Se o rapaz tem um harém, se ele vai comer um monte de gente, eu vou também, né? Mas eu quero – dá pra negar? – eu quero esse moço, esse moleque, esse canalha, esse rapaz. Nu, magro, pequeno, cheio de colares, forte, embaixo de mim, em cima, quero ele ofegando, quero um revirar de olhos, quero a bebedeira, a boemia, as drogas, o corpo, o cheiro, a alma. Meninas, está decidido: vou devorá-lo.

- Já vai?
- Vou, a carona tá indo embora...
- Vamos nos ver essa semana? Ou semana que vem?
- Se você me ligar...
- Eu ligo.

Liga? Não liga? Vai saber. Sofrer não vou, querer eu quero, loucamente, mas não me enredo mais no trançado enganoso do amor. Se vier, que venha, mas que venha todo. Tô aqui. Senão, outros virão, que a vida é bela e os meninos, ah, esses são belíssimos!

1 Comments:

Blogger malvinas said...

Ah... como foi bom esse texto!!! Sem noia, outros virão! As vezes esqueço que as pessoas não são únicas! Quem venham zilhões de gatinhos então!!! Sem pressa...

8:48 PM  

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