quinta-feira, outubro 06, 2005

ai...

engraçado como as pessoas têm suas fases. esse blog é a maior prova disso; tanto porque a mesma que num dia está se lamentando no outro está pulando de alegria, quanto pela diferença entre os textos das pessoas.

foi uma irônica coincidência me deparar com o (ótimo) texto da malvina aí de baixo bem hoje. porque também acordei ao lado de alguém, mas minha sensação era oposta. ai... tenho inveja dessa malvina sacana, no apogeu de sua libertação amorosa e sexual, curtindo o bom da vida e do sexo, sem maiores paranóias. eu acordei de ressaca, tinha que dar um jeito de chegar em casa, sabendo que teria que me equilibrar nos saltos e no look preto total amassado e cheirando cigarro, mas foi a melhor manhã dos últimos tempos.

só que ela vai me deixar lembranças insistentes. vai me fazer querer vê-lo de novo e de novo, vai me fazer suspirar e colocar nicks românticos no msn. vai me fazer ter vergonha (mas com um sorriso besta na cara) de lembrar as babaquices que falei na nossa brevíssima "DR". discussão, aliás, que também será milimetricamente analisada, palavra por palavra, em noites de insônia e com pacientes amigas. vai me lembrar o tempo todo do quanto eu gostaria de ser a menina mais boazinha, carinhosa, sincera, submissa, pervertida e bem-humorada pra fazer dele o cara mais feliz do mundo. vai, mais uma vez, me fazer acreditar que no fundo, no fundo, ele gosta tanto de mim quanto gosto dele, só tem algum motivo obscuro que o impede de me telefonar. vai até me fazer gostar de estar com o pescoço todo roxo, porque é uma prova material de que não, eu não estava sonhando sozinha na minha cama.

e porque o travesseiro tinha cheiro de chá, a camisa dele de perfume, o chão do corredor era amarelo e eu fiquei vendo um livro do pierre verger totalmente bêbada e não lembro de nenhuma das explicações que ele me deu sobre o cara. porque ele é exatamente que nem a malvina falou, barrigudo e descabelado, mas eu adoro. porque eu fui boba, falei besteira e rompi as minhas tão sólidas regras de nunca demonstrar amor pros caras que eu realmente gosto. e porque isso ainda vai me fazer sofrer, porque todos me dizem que é uma barca furada, porque até a analista já enjoou de me ouvir falar dele. por causa de tudo isso eu queria ter tido vontade de sumir o mais rápido possível hoje de manhã, mas não: eu queria ficar.

aí fico assim, entre a cruz e a caldeirinha: ou bem que desisto de me apaixonar e perco o cheiro de camomila que estou sentindo até agora, e a vontade de cantar "o meu amor" do chico o dia todo, ou bem que embarco nessa barca furada, nessa fritação doida que me faz tentar encontrá-lo por tentativa e erro, que me faz encher o saco da humanidade falando dele e escrever textos tão ruins como esse nesse blog.

mas daí me pergunto: será que eu realmente tenho escolha?

ai...

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

não. A gente nunca, mas nunquinha mesmo tem escolha. É que sobra intenção, mas falta culhão, sabe? Assim, com u mesmo.

5:07 PM  
Blogger malvinas said...

quem é vc, anônimo? estamos ficando curiosas...

6:01 PM  
Blogger malvinas said...

soslaio... valeu pelo apoio moral... hehehehehe

3:50 PM  

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