quarta-feira, janeiro 04, 2006

Aos dois

Eles eram lindos e dava para ver de longe, se amavam demais. Eram todos sorrisos e olhos postos um no outro, as mãos sempre passeando nas coxas, nas costas, no rosto, atrás das orelhas. Passeando pela praia de mãos dadas, o sol ardendo cada pele branca, os lábios grossos, eram irresistíveis.

Eu ali, sozinha, eles ali, com tudo. Chegou a irritar, chegou a dar raiva. Mas veio o momento, veio quando pedi para ela passar bronzeador nas minhas costas, as mãozinhas pequenas e macias. Foi passando, a princípio como uma irmã, uma colega, uma desconhecida, eu fui fechando os olhos e aquelas mãos foram passeando pela minha pele mais devagar, mais circular de movimentos, mais largamente, mais nas pequenas curvas das minhas costas. Ele nos olhava, ela fechou também os olhos e nos perdemos, senti a respiração mais perto e acordei num pulo: opa, tá bom! E ela, também despertando: é que eu adoro pele...

Daí sonhei, delirei, não consegui mais deixar de olhar para eles, como cada beijo dos dois vinha de um tesão absoluto por ele, por ela, por todos os que os rodeiam, como a exposição de tanta sensualidade era um abraço no mundo, como estaavm felizes, como tinham paixão.

Ele era lindo, os olhos fortes, corpinho perfeito de menino que vira homem e se percebe da noite para o dia, todo músculos, todo bronzeado, os pelos amarelecendo no sol; ela era um tesão, longos cabelos cacheados que desciam em V pelas costas, puxados aqui e ali por um vento, a boca de fruta, sempre sorrindo ou escondendo um deboche, os seios perfeitos, a cintura realçada no desenho do pequeno e colorido biquíni. Eram a flor da juventude, eram o amor que se descobre, eram o começo da delícia da carne. E não se desgrudavam. Tive medo, a princípio, que me sei fácil de machucar. Tive medo de estar querendo somente ele, tive medo de estar querendo somente ela, mas deixei a minha imaginação voar enquanto os via pela praia. Queria os dois.

Ano-novo, cerveja e forró rolando, ácido para os mais novos (eles junto), o corpo suando no forró, pego a moça nos beus braços e a levo pelo salão. Ela me atira para ele, que me leva macio como um sonho, fecho os olhos e ele também, transpira, respira, respira rápido, se cola, me cola. Ela nos olha, o sorriso escondido no canto da boca. E chega, e me levam para a praia, e nem precisam mais dizer nada, me abraçam os dois e me convidam com cada lábio, com cada mão; ofegamos, nos procuramos nos detalhes, nos conhecemos devagar, depois rápido, nos despimos um pouco, na frente da praia um tanto cheia mas escura. Até queremos parar, estamos loucos, mas é forte demais o tesão. Há quem passe e faça um comentário bobo, há que olhe e há quem finja não nos ver nem nos conhecer, mas não queremos nos largar, e ela me beija, eu lhe mordo o pescoço enquanto ele a beija, já sinto na mão suas curvas das coxas, ela também me procura, ele se afasta, nos olha, volta, me empurra, me puxa, me morde, e assim vamos, acreditando que somos loucos e acreditando que naquela noite pode tudo.

Ainda tentamos parar e ir conversar em roda, fumar um baseado, mas é forte demais e recomeçamos ali, na frente de todo mundo, já sem pudor nenhum, saímos de braços dados até um recanto meio escondido onde nos chupamos, nos comemos, nos fodemos um pouco, e nós duas devoramos juntas aquele pau perfeito, duríssimo, até que ele a encosta na perede e a come, e é uma visão bela demais, não posso, um tesão perfeito e conjugado, os gemidos são em uníssono e eu os deixo ali em êxtase.

Ainda os vejo nos próximos dias, a passear pela praia tão apaixonados como antes, e só aumenta o tesão que sinto ao vê-los, de sabê-los feitos para o gozo e para o gozo do mundo, nos tocamos ainda, nos acarinhamos de ternura; na despedida um delicioso beijo a três, e a recomendação a esta que vos escreve:

- Cuida muito bem disso que você tem dentro de você.

Amor? Tesão? Carinho? Loucura? Só eu mesma. Pronta para 2006.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

uau.... ;)

2:38 AM  

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