segunda-feira, julho 03, 2006

A sala

Vai sem acento porque aqui nao ha regras e nem chao. Estou presa em uma sala com computadores. A televisao passa noticias o tempo todo. Todos aqui parecem estar fazendo algo, menos eu. Eu espero. Me parece um pouco kafkaniano. Entram e saem pessoas de diferentes paises, todas igualmente ansiosas. Umas me dao apoio, outras riem de mim, a maioiria nem me ve, preocupada apenas em suas tarefas. Comeco a despreza-las e acho que elas sentem o mesmo por mim. Minha tarefa e esperar; a delas, correr. No final, acho que de nada vai servir nem uma nem outra. Aqui nesta sala nao faz nem frio nem calor, nao e agradavel nem desconofortavel. O tempo parece que nao passa. Vou a cada minuto me sentindo mais ingenua, mais boba, mais estupidam, mais desprezivel; estao rindo de mim. Confiei em um homem, confiei em uma influencia que achei que tinha, confiei em bobas promessas, confiei em um castelo que tinha contsruido ao redor de mim. Era de vidro. No fim coloquei meu nome em jogo. Estou aqui como se suspensa no tempo e no espaco; antes, havia uma mulher que crescia a cada dia, que tinha certezas; agora o nada; em alguns dias talvez nao sobre lembranca. Ja chorei, ja sofri. Agora sinto a areia do deserto - o nada. Tenho medo de desistir. Nao sei muito bem o que fazer, nao sei se tenho frocas para fazer algo; aqui nesta sala meu corpo esta dormente, ja nao tenho vontade de lutar por nada. Espero a morte.