tá certo: é carnaval. mas ontem eu me decepcionei com a raça humana - e masculina, principalmente - mais uma vez. estou eu pelos bares da vida, e eis que encontro um amigo de colegial que não via há tempos. um amigo daqueles que, em tempos de colégio, era um dos poucos (senão o único) exemplares do sexo masculino que tinha qualquer coisa dentro da cabeça que não fosse maconha; aquele cara gente fina que tinha lido mais de duas páginas de um livro e com quem eu gostava de conversar sobre política, literatura, enfim, qualquer coisa que não fosse quantas doses de vodka barata tomamos na noite passada - apesar de ele e eu sermos também, e já naquela época, bons de copo.
pois bem. cidade vazia, caranaval, sento no bar e encontro o cidadão. demonstrei minha alegria por encontrá-lo e o convidei a sentar com a gente. depois de algumas várias rodadas de cerveja, levanto e vou fumar uma ponta na esquina vazia (sim, ainda conservo meus hábitos colegiais). nem bem acendo, vejo o cidadão (meu deus, ele não mente quando diz que engordou dez quilos!) vindo em minha direção. sorrio:
- uai, deu pra fumar maconha?
ele se aproxima de mim e estica os braços meio troncho (tronxo?), em direção à minha cintura:
- ...????
- eu quero te dar uns beijos, malvina.
- uahuahahuahuahuahuaha tá maluco? - eu ainda tinha esperança de que fosse brincadeira.
- você não quer?
- uahuahauhhaua meu filho, cê pirou? e outra: eu tô namorando. aquela garota, sentada na mesa, é minha namorada.
- ????
- é, cê vê, que loucura? a gente nunca sabe o que esperar das pessoas. vai, vamo voltar lá.
voltamos pra mesa. ele finge que nada aconteceu e puxa a conversa com as gringas pra si. passado algum tempo, o pessoal vai embora. ele fica quieto por algum tempo, depois olha pra gente e diz:
- porra, preciso comer alguém hoje.
dá uma pequena pausa e emenda:
- vou sentar ali na outra mesa.
levanta e sai sem se despedir.
a gente foi embora logo depois, eu não comentei nada, é claro, mas tive de me segurar pra não fazer isso. minha revolta era tanta! lembrei que conversei com ele recentemente pelo messenger e marquei uma cerveja, lembrei da minha inocência ao convidá-lo alegremente pra sentar com a gente. pensei que estava revendo um amigo. o cara queria me comer. e é pra lá de mal educado ao ver que tomou um fora, e deixa bem claro que foi ainda mais por eu estar com uma mina. esse é o cara que eu achava o mais inteligente do colégio no alto dos meus dezessete anos. eita mudo véio sem porteira, sô! a raça humana não tem mais saída. e viva o carnaval!
pois bem. cidade vazia, caranaval, sento no bar e encontro o cidadão. demonstrei minha alegria por encontrá-lo e o convidei a sentar com a gente. depois de algumas várias rodadas de cerveja, levanto e vou fumar uma ponta na esquina vazia (sim, ainda conservo meus hábitos colegiais). nem bem acendo, vejo o cidadão (meu deus, ele não mente quando diz que engordou dez quilos!) vindo em minha direção. sorrio:
- uai, deu pra fumar maconha?
ele se aproxima de mim e estica os braços meio troncho (tronxo?), em direção à minha cintura:
- ...????
- eu quero te dar uns beijos, malvina.
- uahuahahuahuahuahuaha tá maluco? - eu ainda tinha esperança de que fosse brincadeira.
- você não quer?
- uahuahauhhaua meu filho, cê pirou? e outra: eu tô namorando. aquela garota, sentada na mesa, é minha namorada.
- ????
- é, cê vê, que loucura? a gente nunca sabe o que esperar das pessoas. vai, vamo voltar lá.
voltamos pra mesa. ele finge que nada aconteceu e puxa a conversa com as gringas pra si. passado algum tempo, o pessoal vai embora. ele fica quieto por algum tempo, depois olha pra gente e diz:
- porra, preciso comer alguém hoje.
dá uma pequena pausa e emenda:
- vou sentar ali na outra mesa.
levanta e sai sem se despedir.
a gente foi embora logo depois, eu não comentei nada, é claro, mas tive de me segurar pra não fazer isso. minha revolta era tanta! lembrei que conversei com ele recentemente pelo messenger e marquei uma cerveja, lembrei da minha inocência ao convidá-lo alegremente pra sentar com a gente. pensei que estava revendo um amigo. o cara queria me comer. e é pra lá de mal educado ao ver que tomou um fora, e deixa bem claro que foi ainda mais por eu estar com uma mina. esse é o cara que eu achava o mais inteligente do colégio no alto dos meus dezessete anos. eita mudo véio sem porteira, sô! a raça humana não tem mais saída. e viva o carnaval!
2 Comments:
uns camelos
e não é que o dito aparece lá no bar com cara de pamonha e não tem culhão de cumprimentá-la?
Peroba nele!
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