domingo, fevereiro 17, 2008

De nada adianta adiar o inevitável

A saudade foi sendo afagada aos poucos numa noite de encontro inesperado. O frio na barriga ao ver o bonitão de longe passou com o abraço grande e quente que todo o reencontro feliz pede. A enorme quantidade de cerveja ingerida e os cigarros fumados em um curto espaço de tempo deixavam a situação cada vez mais propícia para os olhares cruzados, denunciando o antigo desejo. O bar começou a se encher de pessoas estranhas e engraçadas que ocupavam as mesas e os bancos daquele ambiente sujo e delicioso. Em uma das vezes que levantei para pegar mais cerveja, ele me entrelaçou com aquela mão e quase me fez sentar em seu colo - eu o desejava mais do que nunca naquela noite. Entre as conversas, a migração do bar para a festa, a parada para comprar mais cerveja, ele me abraçou diversas vezes e me fez carinho em outras tantas. Nos olhamos de longe, nos admiramos, conversamos tanto e tão perto, que foi difícil entender por que até hoje nunca ficamos juntos e por que dissemos não tantas vezes um pro outro. E às seis da manhã, completamente bêbada e embriagada por aquele cheiro, recebi um dos melhores abraços da minha vida e tive a certeza de que nada adianta adiar o inevitável.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Não mesmo.

1:14 PM  

Postar um comentário

<< Home