terça-feira, setembro 13, 2005

lembranças eternas (e concretas) de uma noite sem vergonha

esse blog tá muito deprimente. mulherada, cadê o lemón? assim parece "te quiero con lágrimas" ou qualquer outra coisa mexicana, quanto drama! vou contar uma história engraçada pra ver se melhora.

então, era uma segunda-feira chuvosa, daquelas bem sem futuro, e estava eu no boteco. vamos pra uma festinha miada? (com a chuva só poderia estar miada) vamos, eu prometi que ia e, é claro, quem tá na chuva é pra se molhar - literalmente.

tá bom, festinha miada, mas com amigos e conhecidos, nada tão ruim pra uma segundona de chuva... só que eu já tinha bebido um pouco além da conta antes de chegar, já estava bem alegrinha, o que me levou a beber mais ainda lá. encontro logo de cara um amigo-caso meio antigo, daqueles que deu tudo pra ficar comigo e só se fodeu, e que foi lá por minha causa. como eu tinha sacaneado ele bem recentemente, do tipo "agitei e depois melei", convidei-o pra festinha segunda-feira crente de que não ia ter nada melhor pra fazer mesmo e pelo menos faria alguém feliz.

só que ele não era o único amigo-caso antigo que encontrei por lá. logo dei de cara com outro. que na verdade nunca chegou a ser um caso concreto - aquele tipo que ficou mais na vontade (bem mais!) do que na ação. só que, por outro lado, depois que virei moça-solteira e não tinha mais impedimentos pra concretizar a história, nos encontramos algumas vezes mas eu já estava ocupada com outro em todas elas, outro do qual eu gostava e não valia a pena abrir mão por um cafajeste do naipe desse cidadão. ok. bom, também devo admitir que já tinha até perdido a graça depois de terminar o meu namoro e ele o dele; era mais aquela coisa do "proibido" que me atraía na história, e depois que ficou fácil dei uma desencanada. ou pelo menos achei isso. nos cumprimentamos com um selinho, mas como isso não é muito incomum, nem dei bola. mas dali a pouco estou passando perto dele, ele me puxa, quer me apresentar pra uns amigos, saquei na hora qual era. pedi desculpas mentalmente pro outro amigo (o cara não dá sorte!) e pensei, mais uma vez, que quem está na chuva é pra se molhar.
tá. aí fiquei curtindo a baladinha, ficando cada vez mais bêbada, desconversando com meu amigo que se deu mal, e o dito-cujo resolveu ir buscar algo que nos deixaria menos bêbados, graças a deus. demorou um tempo enorme, eu prestes a desistir, morangochocolate, aquela dúvida terrível.
mas fiquei, com enfático apoio do melhor amigo dele - "espera, eles já estão chegando". ele chegou no último minuto antes que eu desistisse - é lógico - um monte de gente já tinha ido embora, inclusive o meu amigo que mais uma vez se deu mal, e quem sobrou tava completamente bêbado. claro que aí a compostura foi pro espaço, putaria no banheiro, um monte de conversas das quais lembro poucas frases, mas o tom fundamental era, sem dúvida, "finalmente!".
bom, saímos de lá para a casa dele, aliás uma casa muito doida, ele foi guiando, eu muito louca, nem enxergava direito o caminho, nem a capa do manual do carro, que o moço foi cavalheiro e guardou o final pra mim. chegamos na casa, bebemos uma bebida estranha, falamos mais várias coisas que não lembro, cama, quatro anos acumulados em uma noite que não decepcionou, enfim, poupo-as dos detalhes. tá, uma hora acabou, aquela conversinha de praxe de "fica aqui", etc e tal, não posso, vou pra casa, cadê a porra do meu sutiã?
(detalhe importante: era meu sutiã preferido, preto, de renda, caríssimo, aquela coisa)
sutiã? que sutiã? eu guardei, é meu, fica de garantia que você volta, o caralho, é meu, quero a porra do sutiã, devolve, não devolvo, devolve, não devolvo. desisti, não podia passar a vida pedindo, enfia a porra do sutiã no cu então. me vesti, não botei tudo, tava o maior frio, eu com várias peças de roupa, vesti o essencial e coloquei o resto na bolsa, é da cama pro carro, do carro pra cama. tá. me perdi um pouco na volta, estava exausta, cheguei em casa e capotei.
no dia seguinte acordei obviamente de bom humor. abro a bolsa pra pegar alguma coisa, tiro o casaco, a meia-calça, e uma outra coisa preta, não reconheço, o que é isso? desdobro e tenho a visão bizarra: uma cueca preta!
começo imediatamente a rir, gargalho sozinha, que porra é essa, eu trouxe a cueca do cara por engano! gente do céu, o que é isso, só pode ser coisa do destino, deus existe e tá tirando uma da minha cara! como é que eu peguei a cueca do cara?! deve ter vindo por engano junto com alguma peça de roupa que enfiei na bolsa, mas meu deus, parece vingança, ele deve estar achando que peguei de propósito pra vingar o sutiã. essa é a pior parte! essas coisas só acontecem comigo! ai, jesus...!
bom, a cueca tá lá em casa, escondida na minha gaveta de calcinhas. me parece algum tipo de desrespeito jogar fora, não tenho coragem. estranho jogar uma cueca no lixo. mais bizarro ainda vai ser devolver, por mim quero esquecer essa história. hahahaha... meu deus!

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

perfeito!

12:24 AM  

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