terça-feira, outubro 18, 2005

quem gosta de mulher é mini-blusa

tem um ditado que diz: "homem gosta é de homem; quem gosta de mulher é mini-blusa". sempre dei muita risada com isso, porque acho que define muito bem um lado do caráter masculino.

uma vez um namorado meu sumiu, sumiu um fim-de-semana inteiro. não, isso não era do feitio dele, pelo contrário: ele era insuportavelmente presente. fiquei, naturalmente, desesperada de desconfiança e ciúme. no domingo o cara me aparece. sabem onde ele tinha passado o fim-de-semana? na casa de uma amigo, jogando videogame com um bando de moleques, bebendo, cheirando e fumando maconha. e não era mentira.

esse namorado meu deu as maiores provas dessa lógica. fora todas essas trocas (eu pelo videogame/ futebol/ bar com os amigos), tem a célebre questão da disputa. tá certo, eu acho um horror essa mulherada se pegando pelos cabelos por causa de homem, e pior ainda brigar com uma grande amiga por um babaca qualquer que no fim vai sacanear as duas. mas tudo tem limite, né? ficar com namorado, rolo, amor da vida, ex-namorado e ex-caso (a não ser que previamente liberados) não pode, né? sacanagem da grossa, coisa pra brigar feio, mesmo que depois perdoe.

pois é. mas homem parece ser diferente. embora o pior pavor da vida deles seja justamente ser trocado, ser corno, eles têm uma filosofia bem mais "comunista" em relação às mulheres: já catou? passa adiante. que nem uns conhecidos meus que têm um bar: a mulherada é total esquema "rodízio" com eles.

e mesmo quando é amigo, e quando é namorada. imaginem a história (voltando a esse meu ex): a gente começou a namorar e eu ainda estava bem enrolada com um amigo dele. durante todo o nosso namoro, o cara me infernizou a vida, me tentando. o meu ex ficava puto da vida, com razão, mas pasmem: só comigo que ele brigava! não que ele não tivesse razão (ele tinha), mas penso se fosse comigo. se eu e uma amiga estivéssemos meio que disputando um cara, eu começo a namorar o cara, e ela continua dando mole descarado, a primeira coisa que eu vou fazer é ir falar com ela, porra! "querida, sai fora, eu ganhei, vc está fora, é meu namorado, e que me respeite!". pô, é lógico. mas eles não, continuavam na boa, tomavam cerveja juntos (provavelmente falando mal de mim) e até se telefonavam! aí um dia aconteceu o que devia ter acontecido dois anos antes: bêbados de uísque, saíram na porrada. de quebrar nariz e tudo. "bom", pensei, "agora pelo menos acabou a hipocrisia. vão se odiar pra sempre". gente, mas pára tudo!! na semana seguinte (não estou exagerando) chego na casa do meu ex e quem está lá? o dito-cujo, de costela deslocada e tudo. eu fiquei super sem-graça. nunca vi uma coisa dessas.

fico pensando que isso só pode ser por insegurança, e não por desprendimento mesmo. acho que eles têm tanto medo de ser dominados emocionalmente pelas mulheres como o são pelo tesão que têm por elas, que fazem essa moral de "clube do bolinha", onde menina não entra e nem importa, onde a mulherada é de todos e serve só para terem o que contar uns aos outros depois. eu não posso acreditar que sejam assim tão desprendidos.

mas que eles preferem um bom são paulo x corinthians na tv de 50 polegadas da casa de não sei quem (regado a cerveja gelada e maconha), do que uma noite romântica com a mulher da vida deles, não tenha dúvida. quem gosta de mulher é mini-blusa.