segunda-feira, julho 24, 2006

Anti-Édipo

Um copo, dois copos, três copos, quatro copos de pinga. O maracatu tocava enquanto ele se anestesiava e o antibiótico me emperrava.
-Quer ir embora?
-Não, tudo bem.
Eu me centrava em seus olhos baixos, as pernas bambas, a frase que não saia e as filosofias de boteco. O maracatu sempre ao meu lado, em meio a cartazes coloridos e pessoas vindas de algum lugar até então, desconhecido.
“Você não está bebendo. Por isso acha que eu estou enrolando pra falar. Da próxima vez, não vai tomar remédio porra nenhuma!”. E caiu numa risada que fez todo mundo olhar.
Ele tentou explicar o que estava em seus pensamentos. Mas aquilo era só dele: “Era como se eu plantasse uma raiz....”
-Uma semente, você quer dizer?
-Não, Malvina. É uma raiz mesmo. Desencana. Tem coisas que não dá para explicar, como o amor.
-(...)
-Eu quero alguém para passar a vida comigo. E eu quero que seja você. Casa comigo?
-Cala a boca, cê tá chapado...
-Sóbrio eu não falo nada.
-(...)
-Só me promete uma coisa: não vira minha mãe?

3 Comments:

Blogger malvinas said...

garoto exxxxxxperto...

10:50 AM  
Blogger Wev's said...

Não virar a mãe.. otima...

6:17 PM  
Anonymous Anônimo said...

Here are some links that I believe will be interested

5:24 PM  

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