segunda-feira, fevereiro 26, 2007

granizo.
gra-ni-zo.
granizo.
choveu gelo agora à tarde; granizo. palavra esquisita que ficou dançando na minha cabeça a tarde toda. na boca com vontade de ficar falando: gra-ni-zo. coisa de criança essa de brincar com as palavras. palvras que dançam, pulam e reviram tanto dentor da boca que parecem perder o sentido e a sonoridade vulgar. viram esquisitas, sons guturais, da pré-história. acho que as crianças pensam muito na pré-história. nos furacões, no planeta cheio de formiguinhas, em deus. quando eu tinha seis anos eu concluí que deus não existia. e também que se um dia eu fosse me matar, seria pulando de um lugar bem alto. eu nunca entendi esse pessoal que se mata com faca ou comprimido. revólver ou pendurado no lençol. se podem morrer voando! - é o que eu penso até hoje. choveu granizo e os grãos não derreteram. os daqui de dentro. gra-ni-zo.