segunda-feira, novembro 07, 2005

e os meus filhinhos?



gente, eu tenho que confessar uma coisa pra vocês: eu sou meio susanita. sabem, aquela personagem da mafalda que vive falando sobre os "filhinhos" que ela vai ter? então. é meio isso. eu quero casar e ter filhos, sim.

eu sei que anda meio demodè essa história de casar, ter filhos, decorar a casa e comprar geladeira à prestação, pelo menos no nosso meio, tão modernete e feminista. as mulheres precisam se preocupar com a carreira. precisam por o trabalho, a "realização pessoal", como dizem as revistas femininas, em primeiro lugar. sei lá o que é "realização pessoal". sei lá se tem a ver com um emprego ou uma carreira necessariamente. eu sempre brinco dizendo "que história é essa de ter que trabalhar? se quiser me sustentar pra eu ficar em casa com as crianças eu acho é ótimo!". não é bem assim, pelo menos nos moldes tradicionais: não quero ficar em casa, gorda e engordurada, de avental e bobes, correndo atrás de uns filhos pestes e superprotegidos, enquanto meu marido come a secretária na hora do almoço. mas quero, sim, encontrar o modo "moderno" de um casamento feliz. que não precisa ser eterno, é claro, mas apenas "infinito enquanto dure". que, durante um tempo pelo menos, eu e um marido tenhamos um projeto comum (e isso inclui os "filhinhos"). vou achar lindo se eu sair de casa pra casar, sim. vou adorar fazer festa de casamento - claro que à moda das malvinas, com muita cerveja e amigos, e sem frescura - e só não digo que caso na igreja porque seria muita hipocrisia por parte de uma atéia.

"eu sou pra casar, porra!", como diz uma ótima comunidade do orkut. eu não sou boazinha, eu bebo, eu fumo, estou bem longe de ser virgem, odeio machismo, odeio mulher submissa, sou intelectualmente comparável a qualquer homem, trabalho desde bem novinha, dirijo, converso com o mecânico, respondo xingamento no trânsito, não levo desaforo pra casa, em suma: estou bem longe do estereótipo de "moça casadoira". mas como diz o texto da comunidade, quero chegar em casa à noite, encontrar o maridão e falar "que saudade de você, seu puto". quero criar meus filhinhos sem machismo, sem frescura, e o melhor que eu puder. quero, sim, poder dizer "amor, leva o carro no mecânico porque você conversa melhor com ele; pode deixar que eu faço o almoço porque eu sei cozinhar melhor". mas sem machismo nem submissão, mas também sem ceder a esses clichês do movimento feminista. sem nenhum estereótipo: do meu jeito. ou, melhor, do nosso.

rapazes, alguém se habilita?