quarta-feira, maio 06, 2009

Que triste o fim

E então, doente, você me liga, meio sem assunto, querendo conversar. Aquela conversa, em tom de amizade, vai apertando o meu coração. Depois de uma hora, quando coloco o telefone no gancho, sinto que o meu coração vai parar. Eis que, olhando fotos antigas pra ver se machuco ainda mais o meu coração, me deparo com uma foto antiga nossa, no comecinho de tudo. Era Carnaval. Nós dois bêbados, de peruca na cabeça. Você mordia o meu rosto e eu gargalhava, uma risada sem fim. Aquela alegria, que triste, não volta mais. E é triste assumir isso. Encerrar um ciclo demora tanto quanto construir um amor verdadeiro. É triste. Mas acabou. E não adianta tentarmos nos enganar, conversar sobre o que poderia ter sido e não foi. Não foi. Não foi pra frente. Apesar de você ser um cara incrível e de você me achar incrível. Por algum motivo, que não sabemos explicar, não deu mais. Paramos de caminhar lado a lado. Construimos um amor, uma casa, colecionamos fotos, sorrisos, risadas. Nos amamos na madrugada, de dia, de noite, nos abraçamos, conversamos. E agora, com a casa vazia, dói muito ao lembrar dos bons momentos que passamos lá. Mas também dói lembrar das desavenças, das descrenças, das decepções, do ciúmes, das mágoas. Das mágoas que nos impedem de recomeçar. A leveza do começo não existe mais. Que triste, meu amor. Que triste, meu amor. Que triste o fim.