terça-feira, agosto 30, 2005

Kia Joorabchian, casa comigo?


lindo, trilionário e cafajeste...

digam: preciso de mais alguma coisa?

hahahaha...

os mais doces




Com amor no coração
Preparamos a invasão
Cheios de felicidade
Entramos na cidade amada
Peixe Espada, peixe luz
Doce bárbaro
Jesus
Sabe quem é otário
Peixe no aquário nada
Alto astral, altas transas, lindas canções
Afoxés, astronaves, aves, cordões
Avançando através dos grossos portões
Nossos planos são muito bons
Com a espada de Ogum
E a benção de Olorum
Como num raio de Iansã
Rasgamos a manhã vermelha
Tudo ainda é tal e qual
E no entanto nada é igual
Nós cantamos de verdade
E é sempre outra cidade velha

quarta-feira, agosto 24, 2005

socorro, eu não estou sentindo nada

análise é aquela coisa. às vezes útil, às vezes interessante, às vezes pura masturbação emocional. faço análise porque acho que é minha obrigação, já que tenho alguém disposto a pagar, me tornar um pouco menos desiquilibrada e, assim, mais preparada para fazer algo de bom para esse mundo e seus habitantes. tá certo, tem um lado bem egoísta e pequeno-burguês na história. ficar lá deitada falando exclusivamente de si e de seus problemas durante cinquenta minutos parece uma coisa bem egocêntrica, mas me atenho a essa questão de poder melhorar pra ser melhor pro resto do mundo e encaro. e tem umas coisas muito básicas que você aprende fazendo análise que ajudam muito.

uma delas é aprender a aceitar os momentos de depressão. curtir a fossa, em português claro. estava conversando sobre isso agora mesmo com minha prima, que é mais nova e sempre ouve meus conselhos. o namorado fez uma daquelas cachorradas bonitas com ela, enfim, a história não vem ao caso, mas eu estava falando isso: "curte a fossa, minha querida". ouve tim maia 1972 (nossa, ele devia ter sido corneado pelo amor da vida dele com o melhor amigo, eita disquinho depressivo!), fica jogada em casa chorando, tenha pena de si mesma. sofre, como aliás diz uma das músicas desse disco ("agora sofre, sofre.."). sofre. senta e chora mesmo. até acabar o estoque de lágrimas, até a dor perder a graça. até um dia você ver que não tem mais nada pra chorar.

o ruim mesmo é quando a dor não é tão óbvia. quando você não acorda chorando, mas não tem muito ânimo pra levantar. quando você não tem nem mesmo a dor pra dar sentido a sua vida. aí a análise ainda não me ensinou nenhuma saída efetiva. aquelas fases em que a cerveja fica sem gosto, o baseado não bate, e não dá nem vontade de se afundar entre lágrimas e bombons. que os textos não saem mais tão facilmente, por falta da melancolia inspiradora. que tudo fica cinza, mas não de dor: de tédio. aí é foda.

terça-feira, agosto 23, 2005

mulheres...

II diz:
quem mais vai no show?
II diz:
eu nao sei se chamo o (...)
I diz:
e aí, como vai ele?
II diz:
fiquei com ele ontem, mas nao sei nao...
II diz:
fiquei com ele sexta tb, mas nao sei nao...

(...)

II diz:
ai, me ajuda
I diz:
não to entendendo!!
II diz:
tudo bem, eu sei q eu to confusa, vamos mudar de assunto

(...)

II diz:
pq? depois q eles comem, caem fora?
I diz:
hahahahaha
I diz:
uai, às vezes sim... é sempre o medo da mulherada né
II diz:
sera q ele é um deles? tao gracinha...

(...)

I diz:
sei lá... não sei... essas coisas não acontecem comigo... os caras só me fodem... em todos os sentidos...

(...)

I diz:
pensa se vc realmente está curtindo ficar com ele ou só se acha que ele é "lindinho, bonzinho, fofo" e naõ tem coragem de desperdiçar
II diz:
certeza q eu nao quero disperdiçar, mas eu tb quero ele um pouco


(...)

I diz:
PASSA PRA MIM, JÁ FALEI
I diz:
hahahahaha
I diz:
brincadeira, tá? não vai achar q to falando por causa disso


(...)

II diz:
eu descobri q ser solteira é mto bom!!
II diz:
eu me divirto

(...)

II diz:
quem vc vai bjar?
I diz:
eu??????
I diz:
não vou mais beijar ninguem durante um ano
II diz:
hahahhahahahahhahahhahahahahahahahahahahhahahahahahahahahaahahhahhaahah I diz:
é serio!!!!
II diz:
hahahahahahahahahahhahahahahaahahahahhahahaha

(...)

II diz:
cade o (...)? o (...)? o (...)? o (...)?
II diz:
o (...)?
I diz:
nossa, sabe q vi o (...), o (...) e o (...) ontem, os três, em diferentes momentos

(...)

II diz:
e saiu fora
I diz:
é, rebolando e cantando
II diz:
vc saiu fora
I diz:
na cara dos amigos dele, passei cantando como se fosse o dia mais feliz da minha vida
I diz:
ridícula
II diz:
como vc é boba
II diz:
carrie
II diz:
deixa ele falar o q aconteceu
II diz:
vc nao deixa nem ele se aproximar

(...)

II diz:
ai, eu gosto dele, mas to achando q ele nao ta te fazendo bem...
II diz:
realmente
I diz:
realmente
II diz:
vamos ao (...), mais homem, ne
I diz:
.........

63. CHI CHI - APÓS A CONCLUSÃO


(...)
Seis na segunda posição significa: A mulher perde a cortina de sua carruagem. Não corra atrás dela; no sétimo dia você a receberá de volta.

Quando uma mulher viajava em carruagem, uma cortina a resguardava dos olhares curiosos. Seria considerado contrário aos bons costumes seguir viagem caso essa cortina se perdesse. Aplicado à vida pública, isso significa que um homem que deseja realizar algo não recebe de parte das autoridades competentes a confiança de que necessita para sua proteção pessoal. Especialmente no período após conclusões é possível que aqueles que alcançaram o poder tonem-se arrogantes e presunçosos, não mais procurando promover novos talentos. Em geral isso tem como conseqüência o arrivismo. Um homem em quem seus superiores não depositam confiança tenta conquistá-la por todos os modos e meios e procura chamar a atenção sobre si. Esse procedimento indigno é desaconselhado. "Não o procure." Ele não deve se rebaixar diante do mundo, mas esperar com tranqüilidade, desenvolvendo seu valor através do esforço próprio. Os ciclos mudam. Transcorridas as seis etapas do hexagrama, uma nova era surgirá. O que pertence a um homem não pode ser perdido para sempre. O que lhe pertence retornará naturalmente. Ele precisa apenas saber esperar.

segunda-feira, agosto 22, 2005

Lista de tudo que eu quero - veredicto

não consegui. simplesmente não consegui fazer a lista. triste isso. tenho a sensação de querer tanto, e não consegui objetivar isso numa lista. o que será que isso significa, hein?

sexta-feira, agosto 19, 2005

Telefone (Tim Maia)

- Alô
- Alô
- Quem fala?
- Sou eu, amor. Você não se lembra mais da minha voz?
- Mas essa hora da manhã?
- Ah, eu queria tanto te ver
- Às quatro horas da manhã?
- Ah, eu não consigo dormir, eu preciso te ver

Eu bem que te avisei, pra não levar a sério
O nosso caso de amor, eu sempre fui sincero e você sabe muito bem
Eu bem que te avisei pra não levar a sério
O nosso caso de amor, eu sempre fui sincero e você sabe muito bem
Eu não te prometi nada
Não venha me cobrar por esse amor
Pois esse sentimento eu não tenho pra te dar
Sinto muito em te dizer, vê se tenta esquecer
Os momentos que passamos que juntinhos nos amamos
Leve um beijo e adeus

quinta-feira, agosto 18, 2005

coitado é filho de rato, que nasce pelado

fui cúmplice de um assassinato hoje. testemunha ocular de um sequestro. a vítima foi perseguida durante horas, fugia desesperada, e um exército de mais de dez homens a perseguia implacavelmente. eles a encurralaram, prenderam e levaram para um local deserto para consumar o assassinato. prepararam meticulosamente o local da execução para evitar que o sangue da vítima deixasse quaisquer vestígios. não assisti à execução; dizem que foi rápida e violenta.

morta com uma paulada certeira na cabeça, a vítima não foi identificada. não possuía documentos nem qualquer pista sobre sua origem. foi jogada em vala comum. não houve lágrimas. tudo que sabemos é que ela era um rato. Um rato cinza que morava aqui na redação há algum tempo. hoje este elemento viu o sol pela última vez. e logo em seguida tomou uma vassourada no crânio. eficiente e fria.
fiquei pensando nos ratos dessa vida. é estranho matar um bicho grande como um rato. é um mamífero, porra. esquisito. sai sangue, tem osso, é diferente de matar uma barata ou qualquer outro inseto. é mais pra matar um gato. tivemos aqui uma breve discussão sobre a legitimidade do assassinato. alguns defendiam a extradição do bicho, apenas: "deixa ele ir embora e pronto". eu, pragmática, incentivei a execução, é praga, traz doença. mas é realmente esquisito matar um mamífero. próximo demais da gente, será?
dali a pouco, vejo a manchete na home do uol: mãe mata filhos e come os cérebros. barbárie? o que pensar? o ser humano é muito doido, meu. a gente não sabe nada sobre nós mesmos. era a mesma coisa que eu estava pensando enquanto quase todos os homens da redação corriam atrás do rato, e quase todas as mulheres assistiam de pé, em cima das cadeiras. uma editora inteira parou por causa de um bichinho de uns 20 cm. ninguém trabalhou até o episódio do rato acabar. e por que? coisa doida, né? a gente tão grande, inteligente, senhor da natureza e tal, e um mísero rato muda nossas vidas, e ninguém sabe explicar porquê. do mesmo jeito que ninguém sabe explicar porque uma pessoa fez o que essa mulher fez. (estou excluindo as explicações que não explicam nada, naturalmente. falar "ah, é louca", "é fanática", "é encosto", não explica nada).
não recomendo que ninguém leia a notícia, por isso nem botei o link. além de ser absolutamente "disgusting", não vai adiantar nada. continuaremos a não entender porra nenhuma do enigma do ser humano. "o homem, este desconhecido"... é isso aí. sabemos um monte de coisas sobre um monte de coisas, mas nada de nós mesmos.
e diga-se de passagem que eu não entendo nada do enigma do homem enquanto sexo masculino. cada história doida que tenho escutado, presenciado e (snif, snif...) vivido... eu, hein, rosa! até que foi emblemático o aparecimento desse rato bem hoje...

quarta-feira, agosto 17, 2005

Não se apaixone por seus personagens

sim, os finais aliviam. são melhores do que o texto sem rumo, o fio da meada perdido, o autor que insiste na história já sem chão. mas machucam. não gosto de terminar livros. anyway: economizar as páginas derradeiras só traz frustração, porque o final nunca é o melhor. o apogeu não está no final, e sim no meio. o problema é que, depois dele, os laços se perdem, só grandes autores conseguem superar o próprio clímax e seguir num bom ritmo até o último suspiro de sua história. histórias nascem e morrem, e quanto menos ficarem no limbo, melhor.
eu tenho esse péssimo defeito de gostar demais de histórias. tem gente que reclama de ter assistido televisão demais na infância; eu li demais, e garanto: é pior. porque a tv não dá tanto espaço pra imaginação. no livro, você tem que imaginar personagens, cenas, lugares – na tv está tudo lá. a televisão é bem mais complexa, tem uma aura de magia que não nos permite imaginar que poderíamos inventar tudo aquilo também. livro, não: livro é fácil, qualquer um pode escrever, basta ter imaginação. e acabei tendo imaginação demais. e me apegando demais às histórias que invento. não gosto quando tenho de terminá-las, mas os bons autores têm de saber o momento de parar. não sou uma boa autora, por isso minhas histórias acabam só quando não dependo mais delas, ou quando elas não dependem mais de mim. ou quando acontece um final surpreendente e trágico, mas que já se anunciara desde o princípio – aquele que o leitor atento teria desconfiado.
não fui leitora atenta de mim mesma. a história estava pronta, o final anunciado, e eu mesmo não vi. dizem que há autores que se submetem aos seus personagens, perdendo o controle da própria história. foi o que aconteceu comigo. me apeguei tanto aos meus personagens que esqueci quem eles realmente eram. perdi a essência deles, e a história tomou o rumo que tomou. culpa desta que vos escreve. pelo menos chegamos ao fim. com um ponto final bem dado, e se fosse um filme nacional tocaria tim maia enquanto subiriam os créditos.

o problema é que sou uma leitora-obssessiva: incontrolável mania de reler livros. já vi em algum lugar que isso é uma forma obstinada de burrice. dessa vez, não.

Lista de tudo que eu quero


Durante três dias, vou listar ao acaso tudo que eu quero. Valem coisas materiais e não-materiais. Posso incluir coisas, mas não tirar o que já coloquei. Vamos ver no que dá.

domingo, agosto 14, 2005

Mal de Amor
(Tim Maia, 1972)

não aguento
esse amor
meu tormento
essa dor
ai, mas que loucura isso tudo
que eu passo só por causa de você
meu futuro se perdeu no tempo
porque não quero saber
diz mais nada que não me interessa
de uma coisa só eu tenho pressa
quero esquecer pra não morrerdo mal de amor
diz mais nada que não me interessa
de uma coisa só eu tenho pressa
quero esquecer pra não morrer
do mal de amor


te quiero con lemón. sem mal de amor.

sexta-feira, agosto 12, 2005

no meio do caminho tinha uma televisão. nessa televisão tinha um presidente. esse presidente tinha um partido. esse partido perdeu o prumo. o presidente perdeu o rumo. e eu passei pela televisão. e tive que assistir.

não, eu desisti. depois que vi o lula hoje de manhã eu desisti. o cara não disse nada. o cara enumerou as porcarias que o governo fez, que mesmo sendo porcarias, ainda assim foram poucas. o cara pediu que os ministros trabalhassem até a uma da manhã. quá quá quá. que me importa até que horas os putos dos minitros trabalham? a quem isso interessa? o que ele quer mostra com isso? serviço? olha, aqui no meu trabalho não temos horário fixo, não. ninguém controla a que horas as pessoas chegam, nem até que horas ficam. trabalhamos por objetivo, naturalmente. e as coisas saem, sabiam? nossa, fazemos vááárias coisas. e ninguém fica se gabando de que horas entrou ou saiu do trabalho. nem o chefe fica mandando sair mais tarde. porque queremos fazer. acho que a difeença é essa.

desculpem, parece maniqueísta, babaca, esse meu comentário, mas, olha: babaca foi o presidente de fazer um comentário que nem esse. sabe aquela vergonha alheia? fiquei com vergonha por ele, por fazer um comentário desses. sabe aquelas pessoas que ficam querendo mostrar serviço de uma maneira patética e a gente fica com vergonha por elas? foi assim que eu me senti. porque quando a gente faz as porras das tarefas que temos que fazer, quando as fazemos direito e num prazo decente, não precisamos mostrar pra ninguém. porque a porra do serviço aparece sozinho, todo mundo vê.

olha, eu realmente fiquei muito irritada com essa droga de discurso que o lula fez. fiquei me sentindo ainda mais idiota. porque caixa 2 de campanha a gente aguenta, se tiver coisa boa pra defender no governo. porque discurso politiqueiro a gente também aguenta, se tiver algum conteúdo no meio. igual a gente aguenta, no trabalho, gente desorganizada mas talentosa, ou gente mal-humorada mas ponta-firme. mas gente que não faz nada e ainda por cima é cínica, ou sacana, ou burra mesmo, não dá pra aguentar, né?

por isso desisti. pra mim chega. vamos lançar uma revista de moda, outra de viagem e outra de culinária. pegar todos os jabás e fazer matéria paga de celebridade decadente. política não dá mais não.

con lemón, por favor.
pra vida ficar mais leve,
pro dia nascer feliz:

te quiero con lemón!