segunda-feira, outubro 30, 2006

Um oferecimento: organizações tabajara!

Celular japonês alerta mulher sobre período fértil


TÓQUIO (Reuters) - É uma chamada telefônica, uma mensagem de texto ou simplesmente hora de fazer amor? Um novo telefone celular oferecido pela operadora japonesa NTT DoCoMo pode tocar para avisar mulheres que desejam ser mães de que chegou o momento em que alcançaram a parte mais fértil de seu ciclo reprodutivo mensal.

Armazenando informações sobre datas de menstruação, a usuária pode programar o telefone para alertá-la três dias antes da ovulação e novamente no próprio dia. A empresa adverte que os cálculos são baseados em uma média de ciclos.

O novo celular surge depois da queda histórica da taxa de fertilidade no Japão, para 1,25 em 2005, o que provocou temores de que a população japonesa possa diminuir. A taxa de fertilidade é o número médio de filhos que uma mulher tem durante sua vida.

O celular foi idéia da projetista Momoko Ikuta, que deu ao aparelho tons pastéis.

O aparelho possui diversas outras funções projetadas para agradar as mulheres, como um banco de dados de receitas, e um botão na lateral que dispara uma "melodia de camuflagem", permitindo ao usuário evitar atenção indesejada fingindo que está recebendo um telefonema.

(Por Isabel Reynolds)

Como acabar antes de começar

Nem todas as histórias de amor têm um final feliz, algumas acabam antes de começar. Que eu achava ele bonito, engraçado, inteligente, gostoso, cheiroso e principalmente macho, todo mundo já sabia. Então, teve um dia que não deu mais e eu decidi que iria assumir o risco de me apaixonar e acabaria com aquela tortura. Vamos jantar? O que? Você me chamando pra jantar? Vamos agora, eu não vou te deixar esperando mais nem um minuto. E depois do trabalho, avisei: estou no bar, desce lá depois. Ele chegou, rondou, rondou, meio tímido - e eu nunca tinha visto ele assim - não sentou do meu lado. Ficou com a mochila nas costas e fumou um cigarro e tomou uma cerveja no balcão conversando com um amigo. Sentou na nossa mesa um pouco depois e por um breve momento ficamos sozinhos. Mas depois que eu estava falando mole, mostrando a minha vontade, ele foi pro balcão de novo. E lá ficou, não falou mais comigo, não me dirigiu mais o olhar. E eu bêbada, no final da noite parei o meu olhar nele de costas. Como não pirar? Como não imaginar? Como aguentar um dia a mais? E nessa hora, um amigo dele me diz: calma, já já passa. O que? Esse seu olhar de apaixonada, vai passar. Imagina! Eu? Imagina! É você, mas relaxa, vai passar. Desconversei. Fui embora, morrendo de vergonha. E então todos os avisos de que ele só gosta do jogo da conquista se tornaram reais. Depois que ele percebeu, não falou comigo, nunca mais olhou pra mim, não me dirigiu mais o olhar, não me provocou, não pediu para ir no heliporto. E teve aniversário de uma amiga em comum e ele disse que não ia para um amigo, esfregando a mão no peito sinalizou "sujeira", e eu ouvi aquilo. Agora ele fazia o papel de quem não pode ir porque tem uma menina apaixonada por ele.... Mas que desaforo, ele que dá em cima de mim há um ano!! Mas isso é demais. E depois mais nada, puro silêncio! Depois de tudo, tirou férias.... E assim acabou o que nem começou... Ufa!

sábado, outubro 28, 2006

manhã

E por que?

- desculpa te incomodar, mas você pode me arrumar um cigarro desses?
- tudo bem, toma.

Por que? Não era uma farsa. Era sincero, a busca, a alegria, a beleza, toda essa porcaria que a gente chama amor e que nunca sabe nem saberá.

- pô, o que um chato desses tá fazendo aqui, eu to vendo que você não quer ser incomodada, mas você quer conversar?
- não, não, to afim de ficar sozinha.

Por que? Porque eu esperei coisas possíveis, e não tive. Não por sacanagem. Só porque não deu.

- Posso chegar mais perto?
- tudo bem.

Por que? Porque não ter nunca uma tarde de sabado ou domingo para passear junto é triste. Triste mesmo. Não que o amor não vença. É só um problema.

- Eu trabalho ali naquela galeria, sou segurança, e meu patrão tá me tirando, vou dar uma porrada na cara dele.
- é foda

Por que? porque eu queria sim ser convidada pra jantar ou pra cantar no karaoke. Que coisa mais idiota menina bobinha, mas eu queria. Que valha a intenção.

- e sabe, a vida é cheia de bosta mesmo
- é

Por que? Porque me surpreendia a cada momento de paz. Mas isso estava tão raro.

- eu sou sozinho, não tive mãe nem pai, e quer saber? Olha só essa vista, olha esse sol, esse céu
- é

Por que? Porque ontem eu tava feliz. Hoje eu não to mais. Amanhã quem sabe. A minha cabeça tá frita. Esse sol tá matando.

- Olha só, olha só, tem quatro coisas na vida que não voltam atrás: a flecha atirada, a palavra proferida, a oportunidade perdida e o tempo que passou. Não voltam não. A flecha atira e pá! acerta o alvo. Desse jeito não há lenços que enxuguem! Mas chora aí. Chora mesmo.
- ...

Por que? Porque as horas passam. Porque eu aprendi a trepar como mulher. Isso é bom. Você me traiu. Eu também te trai. Fidelidade no fundo é um hipocrisia. Mas respeito não é não. Amizade também não, e isso não se joga fora. Isso não é lixo.

- Levanta a cabeça, mulher.
- ...

Por que? Porque eu não sei. Porque eu cansei. Porque eu não sou qualquer uma, e quando você se dá conta, se arrepende. Acho que é tarde. Eu temo. Eu to triste. Eu não sei.

- Dói né? Eu sei que dói. Mas amanha é outro dia. Cofie na tua força, na tua beleza.
- é.

Por que? Porque esta vista é bonita. Porque eu to virada de pó e quero dormir. Porque esse sol tá me matando mesmo. Eu to fedida e descabelada. Mas não quero ir pra casa. Não quero ver ninguém. Não quero proferir som. Não quero dar explicações.

- olha, me desculpa, mas você pode me arrumar mais um cigarro desses? É que eu não fumo mas to com vontade de fumar.
- não faz mal.
- minha hora de almoço acabou. Força aí, palavra de um lutador. Como é seu nome?
- Malvina
- Prazer Malvina. Se quiser conversar, passa lá naquela galeria. Eu não te te xavecando mesmo, embora você seja linda.
- Falou.
- Até.

Linda vista do vão do Masp. Linda queimadura de sol nas minhas costas.
Por que?
Porque vá tudo ao inferno.

Simples, ele me faz tão bem.....

Depois da tempestade sempre vem a calmaria, os dias de sol e um amor quentinho. A familia vai bem, o trabalho, os amigos... Eu já consigo fazer tudo de novo, pela ordem, com calma. Tudo porque ele me devolveu a tranquilidade de um amor azulzinho. Não vai ser fácil, mas eu vou tentar que tudo dê certo desta vez. Só porque ele acalma o meu coração e me faz bem. É injusto que a gente não fique junto. E quanto aos silêncios... eles serão resolvidos com o tempo. Eu gosto muito e eu quero muito.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Das viradas da vida - ou: Bandeira Branca (via email)

Oi Ex marido,

To estendendo a bandeira branca. Fez bem pra mim te ver... E as coisas aqui tem mexido muito comigo. Acho que fui muito dura com vc. Mas vc fez a coisa certa, como eu sabia que faria, como eu sempre soube desde que me apaixonei por vc. Depois de um ano, nego, desbloqueei seu e-mail, to aberta pra a sua amizade. So nao me venha com xurumelas sobre a tua namorada que e demais pra mim. De resto, estou aqui. No frio. E desejo sorte pra vc. E paz pra nois dois.

Beijo,



Malvina Malva

segunda-feira, outubro 23, 2006

Vontade de ser livre

Hoje acordei com vontade de dançar, de me sentir leve, de sair com o cabelo molhado usando um vestido colorido. Hoje eu queria andar numa praia sem rumo, com frio na barriga, sem saber o dia de amanhã. Queria me sentir livre e corajosa pra poder me apaixonar por qualquer pessoa, topar quebrar a cara e trepar na escada. Queria parar de temer essa paixão e esse tesão que já não cabem mais em mim. Tenho medo de qualquer dia sair correndo e beijá-lo na frente de todo mundo. Mas eu quero dançar, estudar inglês, francês e ser chique, que nem a minha amiga, pra finalmente me achar foda e parar de curvar os ombros. dançar e ser livre...

te sinto mais belo

E se não fosse pelos teus olhos grandes e azuis...
Que ficam mais azuis quando você sai do banho e senta do meu lado na cama pra fumar o seu cigarro. Acho que ficam mais azuis porque sua pele fica mais brilhante.
Brilhante que faz teu corpo tão branco e quente e macio, e suado quando a gente dorme bem agarrado, talvez se não fosse por ele, ou pela sua barba linda que você passa minha mão devagarinho, e esfrega ela no meu rosto, e que te deixa com cara de malaco quando está grande e com cara de certinho quando está bem feita, a sua cara linda. Se não fosse pela tua inteligência, pela sua voz doçura melada quando fica apaixonado, ah, talvez não fosse, se você me olhasse no escuro menos infantil, menos moleque cheio de desejo, menos bobo de queimar todas as suas calças com o cigarro, e o banco do carro também. Se fosse menos simples quando eu me desespero com a vida, me dizendo que a única solução é viver, e isso não me fizesse sorrir, como com as suas palhaçadas só pra mim, talvez não fosse tudo tão brigadeiro milanesa.
Ai, homem, que dor! Que estrago você fez!
Que mulher você me faz! Ah, menina!
Homem, um dia eu vou te perdoar.


Eu simplesmente te amo.

Simples assim.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Sublime Mensagem de Amor

... acordei com essa sofisticada mensagem de texto apitando no meu celular. Bem o que se poderia esperar de um autentico gentleman...

"Estou bem. Eu percebi que o seu ex-amigo estava certo: voce e uma parasita. Nao quero te ver nunca mais. E nao quero os presentes que vc me trouxe, obrigado. "

quinta-feira, outubro 19, 2006

I'll come back
For the honey and you.

quarta-feira, outubro 18, 2006

sublime boa fortuna

a sala vazia, uma ponta de baseado, incenso, uma música bem antiga pra tentar lembrar quem eu sou. estava chorando mas a onda da maconha trouxe uma calma confusa, uma quase dificuldade de entender de onde vinha tanta angústia. faço um esforço e retomo um pouco do sentimento; maconha nessas horas é pra concentrar, não pra esquecer tudo e ir matar larica na cozinha.

o barulho das moedas é relaxante, e tento me concentrar ao máximo nelas. ainda não dominei totalmente o jogo e tenho de consultar minha cola a toda hora enquanto vou formando as linhas do hexagrama - isso atrapalha a fluidez do ritual, mas insisto e me concentro. aberta, fechada. dois mais dois mais três, dois traços, um traço. o dentista que desmarquei. concentro na pergunta. um traço, outro traço. "diana, me dê um talismã..." por que duvidar do oráculo se a vida é absolutamente feita do acaso?

termino de formar as linhas e ritualísticamente procuro a resposta do oráculo. "tudo esbarra embriagado de seu lume...". eu tenho medo, muito medo, choro de medo - há quanto tempo não sentia isso? o i ching, bondoso como nem sempre: é favorável empreender algo. é favorável atravessar a grande água.

o problema é o medo de me afogar.

segunda-feira, outubro 16, 2006

NaPressão

Um dia eu vou explodir... Ah, se vou.

Confissoes

Devo admitir: sou uma vaca. E gosto.

Muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!

sexta-feira, outubro 13, 2006

"Muitas vezes nos refugiamos no futuro para escapar do sofrimento. Imaginamos uma linha na estrada do tempo e que além dessa linha o sofrimento presente deixará de existir. Mas Tereza não via essa linha diante de si. Só podia encontrar consolo olhando para trás. Mais uma vez uma vez era domingo."
A insustentável leveza do ser; Milan Kundera.

quinta-feira, outubro 12, 2006

É esse seu jeito ogro de ser.

É um jeito meio ogro de ser que me estremesse a alma. "Desliga logo esse carro e sobe". "Tira a roupa". E me pega e range os dentes... E me vira de posição e são posições doidas que eu me vi de ponta cabeça e achei graça naquilo. E eu o pressionei e você fugiu... E eu sempre faço isso porque eu ainda não sei viver o presente (só o passado ou o futuro), mas eu eí de aprender e eu estou bêbada e com saudade desse seu jeito ogro de ser... Porque a verdade, a bem da verdade é que você TEM A PATA. É, você tem a pata e a pata é tudo. Tem que saber pegar, tem que ter o beijo gostoso e a pegada forte. Tem que tratar como dama de dia e como puta de noite. Como quem olha para a minha bermuda e diz "você não deveria usar essa bermuda porque me dá vontade de tirar ela com os dentes", ou "você não deveria prender esse cabelo assim porque me dá vontade de te descabelar". Ai, beibe, me pega pelo cotovelo e me ama devagar!!!!! Ou se precisar me deixe roxa, de tanto me apertar ou de me morder. E toma uma cerveja e me leve pro centro de mãos dadas e vamos pro samba e me fale sobre as suas idéias subversivas de mudar o mundo. E me leve... Me leve pra qualquer lugar. Com você, eu poderia fugir. Pé na grama como eu te prometi e não consegui. Era isso que eu queria: eu você e uma casa no interior. Que saudade de você. Se eu não tivesse pressionado, se eu não tivesse te largado. Mas a gente assistiu o show do chico junto e eu voltei a sair com o outro.... Mas eu sei que eu vou lembrar de você pra sempre. Porque eu admiro tanto você e o modo como você fala e as discussões que a gente tem.... até o seu jeito de brigar. Eu adoro. E eu quero ser sua amiga pra sempre!! E sua amante de novo...

terça-feira, outubro 10, 2006

Ella canta Tom e a gente se ama por uma noite

Yes, now I know that my love
All my life I was keeping
And was saving only for you

Yes, this love I was saving for you
My love I was keeping for you
A love no one else had before
You could never ask me for more
It was your love that I found
And after I give this to you
There will be no more love around
And after I give this to you
There will be no more love

Yes, there´ll be no more love to be had
The world will be certainly sad
Without love it may even die
And then you´ll discover that I
Was living just so you could see
You have all the love in the world
That I got for you and for me
You have all the love in the world
That I got for you and for me

segunda-feira, outubro 09, 2006

fim

Malvina que alisou os cabelos e foi ser chique:
A sua postagem "tapa" é demais.
Foi muito inspiradora.
Quando a dor passar conto tudo.
Beijos,
Malvininha.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Tempos Bundões

Não sou fã do Xico Sá, mas assino embaixo o que ele escreveu na Folha hoje:

Tempos bundões estes que vivemos! Medo de cair, medo do esporro do chefe, medo de se apaixonar, medo de adoecer, medo de dar vexame, medo de ser gente, medo do atacante amarelo diante do pênalti.

Esporte-fino

Dear guests,
Depois de tantos e-mails com a indefectível pergunta sobre que tipo de traje deverão usar em meu casamento com meu digníssimo futuro marido, respondo: traje da banho. Sim, caros convidados, existe ironia nessas palavras. E explico o porquê. A idéia de trajes específicos para ocasiões específicas me entedia. Portanto, se você quer usar uma fantasia de gorila, a camisa do seu time preferido, um vestido igual ao da Jéssica Rabbit ou absolutamente nada, just do it! Só não me venha com churumelas, porque esse desfile de questões existenciais à la classe média está me cansando.
Assinado
A mau-humoradíssima (pero sin perder la ternura, lo juro)
Malvina.

pérolas

Bom, já que o assunto veio, aí vão pérolas diárias que uma professora de crianças pequenas escuta ( e tem que segurar o riso, viu ).

- Pessoal, vamos escrever um texto coletivo. O que é um texto coletivo?
- Ah, já sei, é um texto que a gente faz usando um colete!

( O menino jogou a bola pra rua, e ninguém encontrou)
- Pessoal, o que acontece se resolvermos jogar os brinquedos para a rua? O que aconteceu com esta bola?

- Eu acho que ela foi pro céu junto com meu tio Geraldo...

Criança arranhou a outra.
- Mas por que você arranhou ele, criança?

- Todo mundo tem seus defeitos.

Carol muito concentrada no meio da grama, falando sozinha:

- O que você tá fazendo, Carol?

- Eu to conversando com a graminha, mas ela não quer falar comigo!

Meninos cavando na terra:

- o que vocês estão fazendo?
- É que o Bruno matou uma joaninha...
- A gente tá procurando a mãe dela pra brigar com ele.

Em suma: a gente se fode mas se diverte.

Secao infantil (mais uma)

Pra aproveitar a buena onda infantil, vai aqui uma definicao que eu acho incrivel de um livro que nem sei quel e (acho que e "crianca diz cada coisa..."), de um autor que nem lembro o nome, mas que ficou marcado no meu coracaozinho pueril.

- O que e uma borboleta? (pergunat o professor para a menininha)
- E uma flor que pensa que sabe voar.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Mãe,

Ontem eu estava numa sala de espera, e li um texto bobinho-bobinho sobre mães e filhos numa revista. Eu sou bobinha-bobinha (isso você não sabe): meus olhos encheram de lágrimas e meu coração apertou forte igual quando eu era pequeninha, e a mpça veio me chamar pra entrar. E que nem quando eu era pequeninha eu fiquei com muita vergonha, e ri bastante pra fingir que não tava chorando nada.

Eu tava chorando, mãe, não sei por quê. Mas tava doendo muito, e tá doendo ainda, porque eu te amo, mãe. E eu nunca falei isso, e talvez por isso você ache que sou tão insensível e sem coração (justo eu, mãe!). Mas eu só sou tímida, mãe, você sabe que eu sou assim, eu sempre tive insônia antes do primeiro dia de aula, eu sempre chorei quando as crianças me xingavam, eu sempre fiquei muito aflita quando todo mundo olhava pra mim.

Mãe, eu não sei o que eu fiz de tão errado, eu não sei porque você está com tanta raiva de mim. Igualzinho quando você brigava comigo quando eu era pequenininha e eu não entendia direito por quê - quando a gente é criança nem sempre a gente entende o que fez de tão errado. Eu me sinto assim de novo, e sei que deve ser alguma coisa que não é nada do que consigo chegar perto de saber, e deve ser algum mal-entendido, mas nessa vida doméstica os mal-entendidos vão passando e se atropelando, e quando a gente vê já tá doendo, mãe, e a gente nem tem mais como explicar o quê, nem como pedir desculpas e dizer que não fez de propósito.

Mas eu juro, mãe, eu juro pela minha boneca preferida, por todos os meus papéis de carta e pelo menino de olhos azuis do colégio, eu juro que não foi por querer. E juro que, mesmo que você não compreenda algumas coisas que eu faço, algumas coisas que eu farei, eu juro que pensei em você em todas elas. Eu prometo que sim. Não esquece quem eu sou, não, mãe, que eu não esqueço quem você é.

Mãe, conta de novo uma história pra mim, ouve de novo as minhas histórias, eu prometo que você vai entender melhor. Eu não quero que você ache que sou outra pessoa, não, mãe: eu sou a mesma menina gordinha, que gosta de tudo cor-de-rosa, que devora os livros de histórias e é chorona, e meu maior sonho continua sendo ter um sapato de verniz.

Um beijo, mãe.

Da sua filha querida.

Diálogo (ótimo) entre pai e filho

Continuando a seção infantil, que eu adoro, um trechinho de conversa entre o irmão de uma amiga e seu pai.

-Pai, o que é alma?
O homem coça a cabeça, respira fundo, e sai-se com essa:
-É uma coisa que todo mundo tem, mas ninguém vê.
O menino parece satisfeito. Corre ao jardim para continuar brincando. Dali a pouco volta com a pergunta:
- Pai, costas é alma?

diálogo (lógico)com o filho

-Filho, a mamãe te ama muito.
-Muito forte?
-Muito forte.
-Muito rápido?
-Muito rápido.
-Muito grande?
-Muito grande.
-Muito vermelho?
-Muito.
-Igual ao homem aranha!!
Sorriso.

terça-feira, outubro 03, 2006

triste, triste, triste

alguma coisa deu errado aqui dentro. algum botão soltou. algum fio partiu. uma peça quebrou. tá difícil. tá foda. tá arrastado. tá sofrido. tá paralizado. falta um amor. falta um tesão. falta sexo. falta saúde. falta reconhecimento. falta aprovação. nada tá bom. o dia tá cinza. a festa acabou. só choro. não consigo trabalhar. eles estão doentes. os outros declararam que não valemos nada. eu não gosto do trabalho. não consigo produzir. tá uma bosta. não tem niguém aqui do meu lado pra eu dizer: eles estão indo e eu estou me sentindo fraca.

segunda-feira, outubro 02, 2006

saudades de uma malvina

Já estou com saudades de uma malvina que foi ser chique e eu nem pude me despedir...
ela tem tinta nas veias, lágrima no olho, indignação no coração e sorriso debochado na boca.
Tem ombro pras outras malvinas, tem certeza, tem o mundo debaixo dos pés e as pessoas nas mãos. Tem os mafiosos russos, os rappers do Capão, as bordadeiras do centro, os motoristas de ônibus clandestinos e os milicos.
Aprendí muito com essa malvina que gosta de gente, que gosta de homem, que gosta de saber, que sabe perguntar.
Saudades Malvina querida. Tantas saudades de você.