sexta-feira, junho 20, 2008

Não sei que hora vou vortá

A vida de casada estava me fazendo feliz, mas eu sabia que, cedo ou tarde, iria entrar em conflito com o marido caseiro. Quando fui naquela festa, com a velha amiga e companheira de tantas boas, lembrei de como é bom sair pra dançar. Por perfume, flor no cabelo e balançar os pés a noite inteira! Como é boa a liberdade! Ouvir que eu danço bem, que eu sou bonita, cheirosa e gostosa. No passar da noite fui tentando lembrar como é bom o frio na barriga de um primeiro beijo e de um corpo diferente. E lembrei como é boa a madrugada na rua. O difícil foi voltar.

quarta-feira, junho 04, 2008

(...) mais que isso, wendy tinha certeza de que às vezes, quando voltava, peter não se lembrava bem de quem ela era. uma vez ela até percebeu uma centelha de reconhecimento se acendendo nos seus olhos bem quando ele estava a ponto de responder, de passagem, a uma pergunta sobre que horas eram e em seguida continuar. uma vez ela teve até que dizer seu próprio nome para ele lembrar.
- ei, eu sou wendy... - disse ela, agitada.
ele ficou triste.
- puxa, wendy, desculpe - sussurrou. - escute, toda vez que você reparar que eu estou esquecendo você, fique repetindo "eu sou wendy, eu sou wendy...", que eu acabo lembrando.
é claro que isso a preocupava. mas, em compensação, ele mostrou como é que se podia deitar de carona num vento forte que estava passando na direção que eles iam, e era tão gostoso... (...)