domingo, julho 19, 2009

Entre quatro paredes

O primeiro é gentil, educado, bom de papo, tem todo o frescor que seus 25 anos pedem e tinha tudo para ser uma companhia perfeita pra mim - tanto que a minha amiga quis que eu o conhecesse, afinal "você já terminou há nove meses, precisa passar de fase". Eis que, entre quatro paredes, o garoto travou. "Não estou sabendo lidar com esse mulherão na minha cama", confessou. Não conseguiu fazer nada. Nada. Tentei salvar a situação, mas o menino tinha paralisado. Ficamos ali, na cama de solteiro da casa do pai dele entre adesivos colados no armário do irmão mais novo. Fui me sentindo cada vez mais incômoda de ter que dar colo pro menino. Nunca fui de gostar de caras mais novos, mas o espírito jovem, de querer me ver numa segunda, ir ao cinema no domingo e topar uma festinha na quarta, animaram o meu desânimo. Apesar de desconfiada que o rapaz não servia pra mim, tentei dar outra chance. Convidei o moço pra um encontro com os meus amigos. A festinha tranquila não condizia com a animação do moço, sentia que ele estava incomodado. Pensei que gastaríamos a energia dos 25 em casa (na minha casa desta vez). Mas o menino paralisou, pela segunda vez. Disse que estava cansado, que queria ir pra casa. Eu estava com uma sainha indiscreta, banho tomado, cheia de segundas intenções. Provoquei. Falei "vamos subir só um pouquinho". Mas o moço preferiu ir pra casa (do pai). Suspirei.
O outro é complicado, tem 35, e é meu ex. Já nos desentendemos tanto quanto nos amamos. Mas ele sabe lidar com uma mulher. No encontro para matarmos a saudade, não economizei. Depilação, creme, perfume, meia sete oitavos, cinta liga, vestido curto, salto alto. Combinamos um motel, pela primeira vez. Quando entrei no carro, ele me lascou um beijo e me chamou de gostosa. O que fizemos entre quatro paredes não pode ser descrito. Fica apenas a lembrança da melhor noite de sexo que eu já tive na vida.
Essa é a diferença entre um homem de 35 e um garoto de 25.

sexta-feira, julho 17, 2009

É de lágrima

E se o tempo não curar? E se a saudade não passar? E se eu continuar com os olhos cheios de lágrima toda vez que alguém falar de você, toda vez que olhar uma foto sua, sempre que falar de você pra alguém, sempre quando lembrar de nós dois, sempre que alguém perguntar por você, sempre que eu lembrar do seu abraço, sempre que ouvir uma música, sempre que alguém me abraçar forte. E se ninguém no mundo te substituir? E se essa dor não passar? E se eu continuar a te procurar em outras pessoas e chorar toda vez? E se eu não parar de sonhar com você?