segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Só a sua mão me faz sentido

Eu sempre me perguntava por que não escrevia mais sobre você se escrevia linhas e mais linhas sobre o bonitão do trabalho. Pois a resposta começa a vir agora, enquanto derrubo lágrimas silenciosas ouvindo Ella Fitzgerald. Me dói a saudade de estar apaixonada por você. Não estou mais apaixonada, por isso não escrevo mais textos pra você e, sim, para o bonitão. Mas a grande verdade é que com ele não tenho vontade de andar de mãos dadas num dia bonito na praia. Com ele eu quero ser jogada na parede, quero uma transa louca. Com você é mais. É encontrar na sexta-feira, é estar com os nossos amigos, é acordar num domingo, é ver filmes embaixo do edredom, é viajar pra lugares distantes, é tomar cerveja num boteco, é dividir a dor, é dividir o amor. Com você é azul, com você é bom. Mas a mensagem do outro, a uma e meia da manhã, atrapalhou tudo. Ele perguntava onde eu estava. E eu estava com você. No edredom, no filme, no amor. E ele queria a paixão arrebatadora. E eu quis fugir. Quis não estar com você pra concretizar aquele tesão guardado há dois anos. Mas não fui. Fiquei com você. E fomos passar um final de semana na praia. Você levou a sua melhor amiga que tanto me irrita e eu levei o bonitão na cabeça. E eu quis bater na menina, quis quebrar a casa, quis brigar com você. Consegui criar um clima de discórdia tão grande por causa dela que você agora não me quer mais. E eu só consegui sonhar que, finalmente, estava nos braços do outro e longe de você. A raiva da menina se misturava com a raiva de você não ser carinhoso comigo, de você nunca me falar metade das coisas que ele fala. De você não querer morar comigo e querer morar com a sua melhor amiga. E, por isso, eu quis te bater, quis bater nela, quis correr pros braços dele. Sem saber que o seu abraço é a única coisa que me faz feliz de verdade. Que o seu cheiro é o único que me acalma. Que só a sua mão, na minha mão, faz todo o sentido do mundo. Amo, mais do que tudo. E por tudo isso a vida será muito injusta se nos afastar de vez. Amo mais do que nunca. Te quero mais do que nunca. Volta pra mim e me faz esquecer de qualquer bonitão.

domingo, fevereiro 17, 2008

De nada adianta adiar o inevitável

A saudade foi sendo afagada aos poucos numa noite de encontro inesperado. O frio na barriga ao ver o bonitão de longe passou com o abraço grande e quente que todo o reencontro feliz pede. A enorme quantidade de cerveja ingerida e os cigarros fumados em um curto espaço de tempo deixavam a situação cada vez mais propícia para os olhares cruzados, denunciando o antigo desejo. O bar começou a se encher de pessoas estranhas e engraçadas que ocupavam as mesas e os bancos daquele ambiente sujo e delicioso. Em uma das vezes que levantei para pegar mais cerveja, ele me entrelaçou com aquela mão e quase me fez sentar em seu colo - eu o desejava mais do que nunca naquela noite. Entre as conversas, a migração do bar para a festa, a parada para comprar mais cerveja, ele me abraçou diversas vezes e me fez carinho em outras tantas. Nos olhamos de longe, nos admiramos, conversamos tanto e tão perto, que foi difícil entender por que até hoje nunca ficamos juntos e por que dissemos não tantas vezes um pro outro. E às seis da manhã, completamente bêbada e embriagada por aquele cheiro, recebi um dos melhores abraços da minha vida e tive a certeza de que nada adianta adiar o inevitável.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Teste

Teste pra saber o seu nível de descolamento na balada - ou se você está saindo demais e virando uma junkie bêbada e drogada. Não necessariamente nessa mesma ordem.

Quando vai ao banheiro e a porta não fecha você:

a - pula o vômito, levanta a tampa com papel mas não agacha o suficiente e molha as pernas. Encosta a porta e reza pra ninguém abrir.

b - espera outro banheiro vagar, de preferência um que já esteja com a tampa levantada, tenta segurar a porta com uma mão e se equilibrar com a outra para nao fazer xixi nas pernas, mas o cigarro cai na privada.

c- entra em qualquer banheiro, é mestre na arte do agachamento (quase uma funkeira daquelas que dançam chão, chão, chão!) não molha as pernas nem um pouco, pega o guardanapo da lanchonete que estava guardado na bolsa , segura a porta com a cabeça, se equilibra com a outra mão e o cigarro fica intacto.