terça-feira, dezembro 27, 2005

Ano Novo

Eu sei que um ano cheio de força e alegria me espera! Vou mergulhar em uma cachoeira e deixar que a água leve todas as mágoas e os medos. O começo, afinal, é sempre muito bom!
Foram duas grandes paixões no mesmo ano! E por duas vezes eu me contentei em ser a oficial sabendo que existiam outras e o sexo sem compromisso acabou desequilibrado porque eu acabei me apaixonando. No fundo eu acho mesmo egoísta decretar que as pessoas não devem ficar com outras pessoas, aceito relacionamentos abertos, mas não era o lance do aberto que mais pesou, na verdade foi o desequilíbrio de sentimentos que eu topei.
E o fim foi cronologicamente três meses depois - nos dois casos. É a crise dos três meses, dizem... Na verdade foi quando a situação se definiu e para mim teria virado outra coisa - mas não virou. Chorei, chorei, chorei e como a gente chora... Mas chega uma hora que a gente cansa de chorar e lembra que a nossa vida é muito maior que um amor.
No meio do caminho entre uma e outra paixão teve um namorado, que era um companheirão e do qual sinto muita falta até hoje mas que não teve a força desses dois...
Agora não digo que não vou mais entrar nessas histórias, mas talvez tentarei ser um pouco mais racional e um pouco menos idealista. Não dá para entrar em uma história para se apaixonar se você sabe que o cara não quer se envolver... A história tem que ser equilibrada.
Novas metas, promessas e realizações. Vou ler mais, estudar mais, vou atrás de projetos que façam sentido, emagrecer, fazer algum exercício e vou... lamentavelmente... me apaixonar! Não temos como escapar, elas acontecem.

Então, sem medo: que venha 2006!

sábado, dezembro 24, 2005

pagu


pra fechar o ano, faço uma homenagem (com o chapeu alheio) para as malvinas. é isso aí, mulherada, muita força, que é o que nós temos de melhor.


Pagu

Rita Lee e Zélia Duncan

Mexo e remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira sabe o que que é ser carvão
Eu sou pau pra toda obra
Deus dá asas à minha cobra
Minha força não é bruta
Não sou freira, nem sou puta

Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem

Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Fama de porra louca...tudo bem
Minha mãe é Maria ninguém

Não sou atriz
Modelo ou dançarina
Meu buraco é mais em cima

Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem

kdjnb

Eu sinto aquela grande confusão.Tô indo embora, isso ajuda, não? Dorzinhas de amor, tem que passar, não é a primeira e nem será a última. Esse blog é bom exemplo de que tudo passa, quem acompanha as histórias sabe.
Hoje estava no bar, e vi uma malvina sofrer com um encontro. Muitas postagens, quase todas que falam de amor, falam sobre este que ela encontrou hoje. Quem olha tem certeza de que o melhor é esquecê-lo de vez, mas AI! Como dói!
Dói dói, foi minha descoberta em 2005.
Hummm...
Dói dói, vejo eu e todas sofrendo, este é o prognóstico?!?!
Gente, eu sofri o ano inteiro! Fortes emoções.
Noites alegríssimas! Muita maconha, um pouco de cocaína em certas horas, e muita em outras, e blábláblábláblá. E noites terríveis!! TERRÍVEIS!!!TERRÍVEIS!!!
Muito amor... Do começo ao fim, apaixonada! Por quem não presta pra nada em nossas vidas!Passei o último ano novo na praia, com champanhe e beijo na boca! E o carnaval também! E férias de julho também!E levei broncas da minha mãe por isso! Ela sabe o que diz!
Faltam sete dias para o ano que vem. Tô ficando velha.
Frase: Este ano voou, não?

quarta-feira, dezembro 21, 2005

De mim

"Eu não me consigo".

Ah, Vinícius...

Que mania essa sua de se apaixonar!
Casou nove vezes em busca de algo que aquecesse sua alma, que fizesse se sentir vivo!
Que amor quentinho, que nada, o bom mesmo era o amor fervendo pelas veias! O tesão à flor da pele! Daquelas paixões avassaladoras, que faziam com que escrevesse milhares de poemas, criasse milhares de músicas e desse cor ao seu dia. E a criação só vinha da paixão, das suas musas inspiradoras.
Quando o amor se tornava sem gosto você logo se apaixonava por outra. Não traia ninguém é verdade, simplesmente trocava... Trocava o morno, pelo que queima. O amor não era pra você e você não entendia a fúria das mulheres: era assim, e pronto! Olhava para uma mulher e dizia: vou casar com ela - e casava de fato. Ficavam juntos alguns anos, tinham filhos e depois acabava a cor. E era nesse momento que acontecia uma nova paixão avassaladora...

segunda-feira, dezembro 19, 2005

buá buá eu vou chorar

Snif, snif...
Todos na balada, e eu aqui. Todos juntos, sorrisos, férias, bebuns, o bar, ah o bar!
E eu aqui.
Snif, snif...
Amanhã acordo cedo, muito cedo. Mas e o sono? Trabalharei com sono...
Todos acordam tarde!
Snif, snif...
Meu quarto está um puteiro. Aproveito para ouvir música enquanto arrumo.
Mas, ah, música, até a Tati quebra barraco, quando escuto:
Snif, snif...
Meu salário, então, meu salário!! Snif, snif...
Eu não banco minhas decisões como gostaria, não sou decidida, eu sou indecisa, muito indecisa.
Snif, snif...
Meus biquínis encardidos e esgarçados, que farei, jesuis, não compro novos, minhas roupas que estouram em meu corpo semi gordo, flácido e com celulite!
Snif, snif...
Snif, snif...
Vou cantar a música da barata e amanhã acordo melhor.
"Não tem cigarro, acabou minha renda,
Deu praga no meu capiiiim,
Minha mulher fugiu com o dono da venda,
O que será de miiiiim
Eu já nem lembro pronde mesmo que vou*
Mas vou até o fim"

*isso eu não me esqueço, que é pras minhas férias, tão merecidas,
meus dias alegres na Bahia, meu sol, meu calor, meus nativos gostosos bons de beijo e de cama, simples assim, minha praia, minha maconha,
e por isso, como disse a outra Malvina,
uma força me leva a cantar...

domingo, dezembro 18, 2005

Como dizia o Poeta

Pra todas as Malvinas que sofrem por amor:

Como dizia o Poeta

Toquinho - Vinícius de Moraes

Quem já passou por essa vida e não viveu
pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu,
pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Quem nunca curtiu uma paixão
nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença,
mesmo o amor que não compensa
é melhor que a solidão
Abre os teus braços,
meu irmão, deixa cair,
pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
de quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração
esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão
nunca vai ter nada, não...

sábado, dezembro 17, 2005

sábado de pijama

É preciso aceitar a tristeza, certo?
Viver a fossa. Chorar, ouvir músicas que fazem chorar mais, suspirar, responder é, tudo indo, quando perguntam se está tudo bem.
Ver seus zóião me olhando fundo, zóião que apesar de tudo sorriam nos meus.
Um dia passa.
Não pensar no que ele está pensando, nem em nós, no futuro. Pensar em mim. E só.
Virar a página. Acabou.
Nem em vinganças, em músicas felizes de quem sobreviveu -- isso é bom, mas não é o tom.
Quero que passe. Vou sobreviver, já sobrevivi uma vez.
Mas estou triste. A verdade é que também estava quando junto dele. Sempre triste.
Pra sempre???
Minha mãe, mulherão que sofre demais, já me disse: não se acostuma a se fuder, porque aí fudeu.
Mania de minha eterna criança de pular na piscina sem verificar se há água dentro.
Vou trabalhar á noite, dormir sozinha, sentir saudades, sentir ciúmes, que eu sinto também, morro por dentro e ninguém percebe.
Isso aí: enfrentar as horas, como diz outra malvina.
Horas tristes, quase insuportáveis. E passam.
Estou triste.
Mas minha certeza é maior do que tudo que há.
Minha força está a prova outra vez.
Vou pra academia fazer musculação.

te vejo de qualquer cor

eu estava naquele mesmo bar, e nem sei porquê aquela conversa veio à tona. eu tinha desistido - eu desisti - de discutir você. talvez porque sua irmã apareceu, e eu brinquei com a minha amiga, a maior das malvinas, mas que infelizmente não escreve aqui: olha lá a cunhadinha. e aí ela perguntou alguma coisa, e eu comecei a falar, nem sei porquê eu comecei a falar, eu tenho evitado falar de você até pra mim mesma, mas foi. e de repente eu estava com a garganta entalada, e tive que fazer umas pausas bem longas pra não deixar o choro sair, até por vergonha da minha interlocutora. acho que ela percebeu. mas fingiu que não percebeu, claro, porque amiga é pra essas coisas.

eu não estava bêbada. pelo contrário: eu estava em um daqueles dias em que o álcool não faz efeito. tomei cerveja e cachaça, e nada. uma sobriedade absolutamente irritante e doída. uma sobriedade tão lúcida quanto a lucidez que você me empurrou goela abaixo, com todas as suas mancadas. a absoluta consciência de ser totalmente impotente em relação a você; a inegável constatação de que não adiantaria o que eu fizesse - não pude te obrigar a gostar de mim. não posso. gostaria de dizer que agora, nem quero mais, mas essa mesma lucidez também não deixa que eu me engane tão deliberadamente: se tivesse alguma coisa, qualquer coisa, que eu pudesse fazer para você se apaixonar por mim, eu faria.

mas não tem. não teve. da mesma forma que você nunca fez nada pra eu gostar de você. eu eu gostei mesmo assim. do mesmo modo que alguma coisa se quebrou entre a gente em determinada época e tudo mudou, e é tão claro que um elo se quebrou, mas não sei o que é, nem creio que seja algo específico. eu lembro, às vezes, sem querer, da época em que era tudo tão legal entre a gente. são cenas que vêm à minha mente, do nada, e eu falo, surpresa: é mesmo, era bom, você gostava de mim, não posso ser tão maluca. eu lembro de você dizendo "gatinha", bem baixinho quase pra eu não ouvir, tão açúcar com seus cílios de criança, e eu sentia aquela coisa forte que me dava vontade de te abraçar pra sempre. lembro da primeira vez que fomos pra cama, lembro do apartamento vazio, de mudança, e de você falando da minha tatuagem, e me oferecendo iogurte de morango na manhã seguinte, tentando impedir que eu fugisse desesperada - o que eu efetivamente fiz. lembro da gente louco de ácido, tomando água, uma festa pra lá de bizarra, a gente vendo aquele gringo tocando, cabelos verdes e música eletrônica, a sala tomada do cheiro de cola e você preocupado, "não vai cheirar cola, hein, mulher". lembro da gente no carro, lembro de você na festa da puc muito louco e muito babão, e de todo mundo tirar uma da sua cara por isso, e eu fiquei com tanta pena porque você ficou sem-graça de verdade, e te abracei e beijei pra te defender. e a gente foi pedir pra tocar tim maia, e o dj tocou a música que ah!, se eu soubesse o quanto aquilo foi quase uma premonição... lembro da primeira vez que a gente ficou, lembro da segunda, e a partir daí tudo se misturou, e foram tantas vezes e tantas vezes no mesmo lugar e em noites parecidas que pra mim parecem todas a mesma, uma noite imensa da qual lembro muitas cenas.

enfim. foi esse o filminho que passou pra mim enquanto eu ouvia a minha amiga falar e tentar clarear um pouco a minha cabeça, e também me dar tempo pra engolir o choro. e daí saímos de lá e fomos pra outro bar, outro bar que também me lembra você, como tudo me lembra você, um bar que me lembra você mais porque foi sempre o lugar para o qual eu fugia pra tentar me distrair da sua imagem, e também porque mesmo assim nos encontramos lá algumas vezes e eu pensava "mas até aqui?". e uma vez você ficou cantando pra mim uma música lá, um samba do cartola que a banda estava tocando, e que por incrível que pareça eu não conhecia, e não consegui entender direito a letra, e só fui lembrar de procurar a música e a letra muito tempo depois, e não entendi porque aquela letra, mas também já fazia tanto tempo que não dava mais pra entender. e o primeiro verso é "sabes que vou partir, com os olhos rasos d'água e o coração ferido", e será que era um aviso? ou era uma música à toa e você só cantou pra me fazer um pouco mais confusa?

e nesse bar, ai meu deus, eu sozinha e tantos caras me chavecando, alguns malas, outros bacanas, alguns feios, outros bem gatinhos, e a cachaça, e a cerveja e a minha maldita lucidez. fui embora. dirigindo bem devagar e cantando, pra me jogar na cama e tentar esquecer de tudo isso. mas não dá.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Meu querido:
Quero te dizer que gosto de você. Gosto muito.
Acho você fofo, inteligente e tudo mais. Até já pensei que nunca encontraria alguém tão bom assim, que você era o único, e tal.
Mas veja: você me magoou -- e não foi só uma vez, e não foi pouco.
Foi pensando em você que derramei rios de lágrimas, e que me senti feia chata e burra.
Você tem caráter, eu sei, caso contrário não me apaixonaria assim. Só não consegue enxergar um milímetro além do próprio umbigo.
Mas foi por gostar tanto, e sofrer tanto, e ter um vazio se fazendo em meu peito, que não mantive minha decisão por muito tempo, e novamente te dei aquilo que você queria, te dei amor, carinho, paz, e outras coisitas mais. Te amei novamente, ainda que com a triste certeza de que novamente me machucaria. E pensei, em alguma hora, que de repente podia dar certo. Porque você mudou, eu sei, você me trata melhor, me beija mais, me olha mais, me come mais.
Mas minha barriga deixou de ficar quieta, as borboletas voltaram, mas as borboletas da ansiedade e da insegurança, de uma geminiana com cérebro frito de tanto pensar, de coração doendo de pouco chorar, de sono e ressaca de pouco dormir, e tanto te olhar. E você lá, falando da sua dor, da sua militância, e perguntando o que foi, o que foi, o que foi, o que foi????
Não te falo porque não sei o que foi. Não sei sentir direito, muito menos falar sobre isso. E acho sinceramente que você devia saber. Não vou pra sua casa pra te agradar,não vou pra escutar seus problemas, nem pra te tirar o cansaço da vida. Isso acontece, isso é importante, mas este não é meu motivo. Vou porque gosto de estar com você. Porque também quero isso pra mim.Mas isso não importa realmente, né?
Suas palavras bonitas não pagam nada, não as use em vão, se acha que pode comprar meu amor, meu corpo e tudo mais, pegue a carteira e vá a um puteiro.
Eu que achei que sem a palavra namoro conseguiríamos alguma coisa, tolinha!
Sexo é bom, mas de alguém que gosto, e diz gostar de mim, tenho de esperar mais. Nossas estranhas afinidades não me fazem mais feliz.
Tola, muito tola, muito pensante, muito infeliz.
Você me magoou.
Sou um cachorro, e você, um osso.
Vou te largar.

De pé no chão

Saí na rua de vestido e sem sapatos. Não é que TODOS os homens que passaram por mim fizeram algum comentário com a boca ou com os olhos? O que será que tem de tão especial em uma menina descalça? Não sei, mas recomendo, viu?

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Livre

Sou bonita, livre, inteligente e vou onde quiser, tenho um trabalho que amo, os amigos que amo, as músicas que me encantam, a juventude pela frente e nenhuma saudade do passado. Só vontade do futuro... O vento eu sinto batendo nas minha costas e não estou mais com medo, nem com receio da solidão nem de quebrar a cara nem nada. Estou feliz, feliz pra caralho. Sonhei com ele e acordei aliviada: ele não estava do meu lado. Perdi, perdi ele e estou feliz!

Infidelidades oníricas

É um garoto que está sempre nos mesmos lugares que eu. Não é bonito nem feio. Mas tem olhos verdes... Estávamos em um lugar cheio de gente, uma espécie de galpão com um toque oriental. Ele veio chegando perto de mim, aquele corpo quente se aproximando devagar, contendo a ansiedade na medida certa. Eu, sentindo a montanha-russa dentro de mim, fui me colando a ele. O beijo chegou, tímido a princípio, quase desesperado em seguida. Acordei feliz. Meu Deus, que saudade dessa sensação de beijar um cara pela primeira vez! Essa foi a terceira noite seguida que sonhei que estava beijando outra pessoa, enquanto meu namorado dormia tranqüilo ao meu lado na cama.
Essa é uma equação que ainda não resolvi. E ninguém que eu conheço tampouco. Não sou do tipo que pode admitir uma relação aberta. Dói muito, não tenho essa força. Mas uma deusa-puta vive em mim e quer abraçar o mundo...
Por enquanto, me contento com infidelidades oníricas. Mas até quando?

Quarta-feira de cinzas

Eu estou com saudade de quando as quartas eram dias especiais, quando eu acordava na quinta com vontade de que fosse quarta e de que todo dia fosse quarta, mas ontem foi uma quarta-feira de cinzas... Já não vou mais lá nas quartas-feiras...
Não agüentei e mandei um email falando que queria me despedir e ele me ligou. Chorei no telefone e ele ficou triste, disse que não queria ter me deixado assim, que não queria brincar comigo. Mas eu preciso encontrá-lo para dar um abraço e dizer: boa viagem! Aí sim... seguir a minha vida. Enquanto isso, não vou conseguir curtir outra pessoa. Estou com medo de nenhuma outra história ser tão foda, de não querer outra história, de lembrar da Revolução dos Cravos e querer a rede vermelha e tudo mais que vinha junto com aquele homem tão atrapalhado...Dói pensar que eu não quero outro, que acho todos os caras comuns, e que eu não gosto disso, gosto de aprender, de me surpreender, de surtar com a pessoa que está comigo.
Que merda! Que merda!

quarta-feira, dezembro 14, 2005

coisas da modernidade: um casinho meu me adicionou no orkut esses dias. dormi com ele anteontem. hoje resolvi dar uma xeretada no perfil. e me irritei um pouco. não porque dos seis amigos que ele tem, cinco são minas. nem porque dessas minas, pelo menos três eu sei que ele já catou (uma delas eu mesma). mas por causa de uma comunidade: "a gente pega mas não se apega".

eu sei disso. sei muito bem quem ele é. adoro. não vale nada. já falei dele aqui outras vezes. não me importo a mínima que ele não "se apegue" a mim, porque eu também não me apego a ele. mas aquilo me irritou. porque, pô: eu esperava mais dele. sempre falei que ele era um canalha de classe. e canalha de classe é aquele que não precisa dizer que é canalha. uma comunidade dessas... argh!




moral da história: ninguém é perfeito.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

da solidão

eu tento dizer que não, mas a verdade é uma só: eu estou de saco cheio de ficar sozinha. estou de saco cheio de não ter pra quem ligar agora, quando estou estressada e deprimida com o dia cinza e milhões de coisas que tenho pela frente, pra fazer uma manha, ouvir alguma coisa boa e talvez até marcar uma fugida pra um café no meio da tarde. estou de saco cheio de não ter alguém pra ir ao cinema comigo no sábado à noite, quando as baladas são invariavelmente terríveis, e eu invariavelmente estou nelas. estou de saco cheio dessa noite vazia, dessa boemia sem razão de ser na qual me enfiei e minha solidão não me permite sair. estou de saco cheio de gastar dinheiro no bar ao invés de gastá-lo no restaurante japonês, no vinho ou no motel, estou de saco cheio de me jogar na frente da televisão no domingo à tarde pra evitar pensar em quanto estou de saco cheio de tudo isso. eu cansei. eu tenho vênus em libra. eu sou uma pessoa orientada para relacionamentos.

eu estou cansada de ter medo de nunca mais desencalhar. estou cansada de saber que tenho que me abrir mais pra conhecer pessoas, que tenho que parar de frequentar os mesmos lugares e de ter preguiça de ficar com os caras. estou muito, mas muito cansada de perguntar pras pessoas "e ele tem namorada?" e ouvir que sim, ele tem namorada, é claro que ele tem namorada, porque todos os caras legais do mundo tem namorada, e nenhuma delas sou eu. estou muito cansada de ter de escolher entre ir pra cama com um mané ou ficar sem trepar, ou ir pra cama com um não tão mané e depois ficar fritando pensando o que ele achou, o que ele acha, o que ele quer - sendo que nem na manhã seguinte o cara lembra direito o que aconteceu.

estou de saco cheio, triste e com medo. tenho muito medo de repetir esse discurso por muito tempo. tenho muito medo de nunca mais me apaixonar por alguém que realmente goste de mim. tenho medo que isso me faça ficar cada vez mais feia, mais gorda, mais chata, e fique cada vez mais difícil que alguma coisa dê certo na minha vida. também tenho medo de esquecer de tudo isso, de me afundar no trabalho e no álcool e esquecer que poderia ser bem mais feliz.

é o pior de tudo é que não posso fazer nada, absolutamente nada a respeito. só esperar. e torcer pra mudar de humor bem rápido.

domingo, dezembro 11, 2005

Do amor

O amor é um feitiço que só se quebra com a deslealdade. Já sabia que é mesmo como falavam os gregos, uma flechada que te prende a ele por tempo infinito, enquanto dure. Que ele vai mudando e assumindo outras caras com a ação do tempo, de Cronos, que ele vai se adaptando como nosso corpo se adapta a uma lesão, que fica mais feio ou mais bonito, mais funcional, mais rápido. Nunca soube me livrar dele, sempre tentei, sempre quis ser mestre em dominar o feitiço. Agora, o feitiço acaba em mim e me estraçalha, me deixa poeira para talvez renascer um dia. Da pior maneira: com traição, traição verdadeira, que não é trepar por aí, não é bolinar outras meninas ou meninos, é esconder quem você é, é iludir o outro. Essa a maior deslealdade, porque põe em risco uma alma que acredita nos outros, põe em risco uma alma que quer o bem do mundo. Quebra-se junto com o feitiço uma alma, e ai! como recuperá-la?

E aí, vai encarar?

Eu tenho problema de ortografia. E aí, vai encarar?
Eu não tenho um peito bonito. E aí, vai encarar?
Eu faço parte da classe média e tenho carro. E aí, vai encarar?
Eu trabalho em um veículo reacionário. E aí, vai encarar?
Eu me apaixono. E aí, vai encarar?
Eu não sou simpática com quem eu não gosto. E aí, vai encarar?
Eu choro muito. E aí, vai encarar?
Eu sou vingativa. E aí vai encarar?
Eu sou louca pra sair na mão com alguém. E aí, vai encarar?

sexta-feira, dezembro 09, 2005

manhã

despertador. a cabeça dói, bambeio um pouco ao levantar. banheiro, xixi, hortelã. burra, burra, burra, porque ainda deixo o passado mexer comigo? copo de café cheio, quente e doce. investigação afirma que as duas crianças executadas pela polícia não reagiram. minha cabeça dói. burra, burra, idiota. alexandra, 13, trocou a esmola pelo tráfico. a menina afirmou ter remorso pela morte dos passageiros do ônibus incendiado. ai. café. saia de ontem, cor-de-rosa, havaianas. há uma relação diretamente proporcional entre o preço dos carros das pessoas e o número de escrotices que elas fazem no trânsito. burra, burra, idiota, gorda, feia, alguém está rindo de mim nesse momento. ai. café de novo, no copo de plástico. cigarro. eu me odeio e quero morrer. universitário é condenado por incentivar homicídios no orkut. bom dia, eu gostaria de fazer uma reclamação. calor. burra, burra, burra. ai, que dor.

Uma mulher

Senão é como amar uma mulher só linda.
E daí?
Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza
Qualquer coisa que sofre
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma tristeza que vem da beleza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E para ser só perdão

... Vinícius.

O choro entalado na garganta e a vida pela frente

Eu finjo ter paciência como diz Lenine, mas a vida não para. Me afoguei no trabalho, marquei dentista, médico, exames pendentes há muito tempo, levei o meu som pra consertar, comprei um despertador, me alimentei direito, tomei banho, dormi. Todos os dias num ritmo louco, mas é só sair do trabalho que a dor volta, e de madrugada tudo fica pior. É uma dor no meio do peito, uma angústia de saber que ele ainda está aqui e não está comigo. Dói muito perceber que para ele foi fácil, que ele não está triste e que, além disso, está apaixonado por outra. Não fui na festa, não fui no Bar e ele não me procurou... Não me procurou mais e está apaixonado por um clone!

Penso nele, ouço as músicas do programa que eu fiz e agora vejo que ele representa uma época: esse semestre inteiro, que foi bem uma doideira! Tantas mudanças começaram a acontecer, tantos projetos, tantas pessoas que se uniram, que mal dava tempo para entender como as coisas iam acontecendo e as conquistas que eu ia conseguindo e agora consigo mais coisas e não tenho com quem dividir...

E é nesse ritmo frenético que fico com medo dos próximos passos, da vida inteira pela frente! Sozinha. Agora posso seguir o meu caminho e ver para onde é que a vida me leva. Porque eu já parei de tentar tomar o controle. Saudade de um ex-namorado que era o meu porto-seguro pra quem eu ligava toda vez antes de escrever uma matéria chorando dizendo que eu não ia conseguir e ele falava: é lógico que você vai conseguir, você é foda! Para ele eu era foda. Hoje ele quer que eu morra. Eu não posso nem ligar como amiga, porque terminei com ele duas vezes.

Agora foi a minha vez, a minha vez de tomar no cú! Tomei no cú porque estou apaixonada por um cara que não está apaixonado por mim, que está indo viajar. Estou apaixonada porque ele é um cara que eu admiro muito, que eu pago um pau, que me inspira! Pra esquecer ele preciso de muito tempo, ou de muitos homens, mas sinto que não vou achar outro tão ímpar. Ele com os belos 30 anos e eu com meus poucos 23, não vou mais ter saco pra moleque.

De vingança resolvi escancarar os defeitos dele:
- Tem pinto pequeno e é meia-bomba – não, ele não me leva às alturas!
- Vende maconha por mais esclarecido que seja, porque ele não planta, porra?
- É muquirana pra caralho!
- Ele não gosta de fritar no sol e nem de ficar no meio do calor do samba.

É pouco? Foram as únicas coisas que eu consegui. Só fico aqui me matando com a lista de qualidades, que não é o caso de listar aqui....

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Escorpião

Eu vi o rabo do escorpião, e acho que finalmente entendi tudo. O rapaz bonzinho e angelical era capaz de tudo, capaz de fazer uma coisa abominável. Esse tempo todo. E eu, enganada. Já dava pra vislumbrar em algumas atitudes, mas a pele de cordeiro enganava bem. Foi um choque. Desconhecer de repente o homem com quem sonhei uma vida. Ver o escorpião nele, sentir o veneno da picada. Agora entendi também o meu choque, que meus sentidos já tinham previsto, reagindo com aquele tapa. Entendi que o mais cruel nem é o ciúmes, claro que esse também, nem a honra ferida. É descobrir quem na verdade ele era. Bom é, pelo menos, abrir os olhos: aquele que eu amava não existe. Existe um outro, capaz da coisa mais baixa e vil. Me dá até arrepios...

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Duas do mestre

CADÊ A RAZÃO?
(Paulinho da Viola)

De repente o sentimento
Procurando seu espaço
Realiza um movimento
E me faz em mil pedaços
De repente uma paixão aflora
E faz um estrago
E o desejo então se solta
E me deixa alucinado
E o ciúme também chega e morde
Louco de vontada
Quase sempre ele se rasga
E deixa marcas no meu braço
Onde anda essa razão
Que há pouco estava do meu lado
Como pode um coração
Bater assim nesse compasso

PRISMA LUMINOSO
(Paulinho da Viola e Capinam)

Arrepender-se nunca mais
amar, nunca é demais
sofrer faz parte desse jogo
amor é fogo, pode queimar
o choro é um prisma luminoso
meu coração não tem mais medo de chorar
Lágrima é água, é puro sal
e foi desse cristal
que a vida começou no mar
Viver é tempestade e calmaria
sofrendo a gente aprende a navegar, um dia


E agora, como me disse um amor virtual um dia: sem mais referências à música brasileira.

pra ilustrar

O Ciúme


Caetano Veloso


Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta
E se viu ferido justo na garganta
Quem nem alegre nem triste nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico vens de Minas
De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti, não me ensinas
E eu sou só, eu só, eu só, eu
Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas, na voz que canta tudo ainda arde
Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê
Tanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme




tem pra ouvir em http://musica.busca.uol.com.br/radio/index.php?busca=o+ciume¶m1=homebusca&check=musica&enviar=OK

terça-feira, dezembro 06, 2005

E agora?

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
meus seios inda estão nas suas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir

Meu horóscopo

Presenciar o desencontro é sempre um desafio ao libriano da gema. E hoje ele existe entre a esperança e o real, as palavras que foram ditas num momento de confiança, e que se batem contra o muro impenetrável do habito, do caráter alheios. Se quiser é assim, diz um. Você pode escolher não querer.

Gabriela

Gabriela é puta e assume. Eu sou fraca e não assumo. Sou carente e finjo que sou puta.

Insônia

Uma da manhã: a festa está acontecendo e eu sofrendo na minha casa com insônia...

segunda-feira, dezembro 05, 2005

morram. todos vocês, homens e mulheres. que puta saco. tô de saco cheio dessas porras dessas historinhas de merda. hoje, segunda-feira, entro no msn e começa: uma prima (um pouco mais nova) e uma amiga (um pouco mais velha) contando suas desventuras. que puta saco. não: não querendo desmerecer o sofrimento de ninguém - não é isso! mas é que, porra, vendo de fora, ainda mais duas ao mesmo tempo, irrita um pouco. essa menia de mulher de querer controlar tudo. de achar que é responsável pelos problemas dos outros, sabe? gente, ex é ex, o nome já diz, já foi, não é mais, você não tem nada a ver com os problemas dele! ainda mais com um ex filha da puta, que falou um monte de baixarias, ou fez uma única baixaria bem baixa. é EX, pessoal. é parte do passado. PASSADO. você não tem mais nada a ver com isso, entendeu? desculpe, eu sei que é muito legal tomar conta da vida dos outros, ainda mais quando os outros são do sexo masculino - tão frágeis! tão ingênuos! coitadinhos!! -, mas não pode, viu? acabou. não faz mais parte do seu departamento. se você não gostou, tenho um ótima solução: volta! é, volta pra ele. mas não me venha depois reclamar das mesmas baixarias. que eu mando se fuder.

Bizarro é ser trocada por um clone

Porque ser trocada é jogo sujo, porque como eu disse no meu primeiro texto nesse blog: destrói o nosso coração!!! Porque eu comecei esse blog dizendo que nos faz sentir a última das mulheres, porque nos faz sentir menos, menos importante, menos bonita, menos inteligente. Enfim, que era indescritível. Mas, indescritível mesmo foi o que eu vivi nos últimos dias. Fui trocada por uma cópia minha.

Bizarro?
Leiam...
Bizarro mesmo!!

Estava eu lá na casa dele, gostoso, depois de fazer um sexo gostoso, de conversar sobre a vida, de fumar maconha, de discutir como trabalhar “pelas bordas”, como trabalhar pra ganhar dinheiro e fazer alguma coisa que fizesse sentido e ele com aquele papo de arrepiar e eu pirando. Depois ele saca uma máquina digital que tinha levado para a viagem do feriado. Tiramos várias fotos juntos, que lindo! Nos divertimos muito. (Agora ele ia viajar mas eu iria ter fotos dele!!!! Nossas fotos – EU ODEIO SER ROMÂNTICA).
Bom, eis que ele começa a me mostrar as fotos da família (estávamos progredindo, falando de família, de coisas assim) e de repente uma foto de uma menina.
Ele pergunta: você conhece essa menina?
Não!
Ah... é que ela se chama Malvina e faz essa faculdade, e fez essa também.
Que medo! Ela quer me imitar?

Passou, dormimos, acordamos, lindo, perfeito de fato!

Passaram-se 10 dias e eu com uma sensação que só a mulher tem. Liguei. Vamos nos encontrar quarta? Você leva o meu colar?
Não, você tem que buscar.

Ok, iríamos ficar junto.

Chega quarta e eu passando mal, pressão baixa, dor de estômago. E ele me diz: a minha festa de despedida é segunda. Quase vomitei. Mas ele disse que ficaria até o Natal. Ufa... Tínhamos mais três semanas.
Vamos embora?
Vamos.

Um amigo dele vai com ele para buscar maconha. E eles ficam fumando e eu dormindo na rede, mas que merda! Me acorda e transamos. Foi uma bosta, foi igual aquela tira do Angeli: uma merda. E ele o tempo inteiro me perguntando porque eu tava tão quietinha! (só mulher pra ficar pensando mil coisas numa trepada)

Você quer me dizer alguma coisa?
Disse: um monte...
Dormimos.
E ele que costumava me sufocar pra eu dormir: virou para o outro lado.

(Como está doendo escrever esse texto)

Acordamos juntos.

E ai acordou melhor?
É um pouco. Mas e você? O que você tem?
Bom, eu queria ter te falado ontem uma coisa, mas eu não sei como. É que eu to ficando com uma menina e na verdade como eu e você estamos junto há algum tempo eu não queria que você fosse pra minha festa achando que a gente estaria junto porque eu não quero estar com ninguém. Não é que eu quero estar com ela, ou com você, é que eu não quero estar com ninguém, quero estar com todo mundo...
E eu disse que não estava esperando estar com ele, que sabia disso.
Mas e essa menina?
Então, na verdade eu estou muito confuso porque a gente tá junto há duas semanas e ela tem o mesmo nome que você e eu sonhei que vocês se conheciam, e que comentavam do lance do nome.... E tal...
Hum...
Eu queria que você estivesse nessa festa, mas se você for ficar triste não....
Hum...

É, na verdade eu vim pra cá hoje com uma sensação muito estranha, achando que era a última vez que estávamos juntos... Eu não to me sentindo bem porque eu entrei na sua vida e você não sabe nada da minha, a gente já ta junto há uns três meses e você não conhece a minha casa, meus amigos, não sabe nada da minha história e isso me incomoda.
Além disso, toda vez que eu venho na sua casa está faltando alguma coisa: pimeiro é a geladeira que você vendeu, depois o fogão, depois a mesa, agora venho e está sem a cama! Um clima de partida que eu não to agüentando!
E outra: quando eu estava namorando eu estava tocando o puteiro e agora eu to muito sussa e eu sei que você não está...
É, na verdade a gente não pode estar em ritmos diferentes, mas você sabia que não podia se envolver comigo...
Como se fosse possível planejar.
Pra mim é. Não posso me apaixonar por ninguém agora.

Começamos a nos beijar... Beijar... Abraçar... Abraçar... Transamos. Foi forte. Foi estranho. Tomamos banho juntos...
Era uma despedida??
Ele me disse: eu gostaria que você fosse na minha festa.
E depois: você tinha que aprender a ser minha amante. E eu pensando: “Vai mulher marmita, tu esquenta, a gente frita.”

Passei o dia incrédula e depois na manhã seguinte juntei as peças: ela tem o meu nome, tem a mesma cor de cabelo, fez as mesmas faculdades. Ele é louco!!! O que é isso??

O que é isso?
Vou na despedida?
Faltam três semanas e ele me troca por uma cópia...
Não vamos nos ver mais?

Sorrir pra não chorar

Senti saudades de vocês. Passei talvez o pior fim-de-semana da minha vida, mas não vou gastar tão preciosas palavras nisso. Por saudades do blog, colecionei uma penca de frases bacanas que refletem um pouco o que está na minha cabeça maluca esses dias. Tudo do livro O Melhor do Mau Humor, de Ruy Castro, editora Cia das Letras. Por nós e pra nós:

"Nada é mais potente contra o amor que a impotência" - Samuel Butler

"O casamento é a única aventura ao alcance dos covardes" - Voltaire

"Eu uso as calças nesse casamento. ALGUÉM tem que usar" - Elizabeth Taylor para o marido bundão no filme Quem Tem Medo do Virgínia Wolf?

"A maioria dos maridos me lembra um orangotango tentando tocar um violino" - Honoré de Balzac

"O amor é um fósforo queimado, chapinhando num mictório" - Hart Crane

"ISTO é que é amor? Usar uma pessoa? Então talvez o ódio seja não conseguir usá-la" - Gore Vidal

"As mulheres serão a última coisa que o homem conseguirá civilizar" - Gore Meredith

"Uma mulher sem um homem é como um peixe sem uma bicicleta" - Gloria Stein

ainda?

sim, cheguei àquele ponto terrível da vida de solteira. depois de seis meses da minha libertação, as pessoas agora têm me perguntado: "e aí? você ainda está sem namorado?". sim. ainda.

não que eu me importe muito com esse tipo de pergunta. é até engraçado, até porque sempre dá pra você responder de forma a deixar o seu interlocutor um pouco sem-graça. pena que não dá pra pegar muito pesado, afinal quem faz esse tipo de pergunta, com esse tipo de tom, é sempre aquele tipo de pessoa com quem você não tem intimidade para tal. mas até que dava pra dar umas respostas engraçadas: "ainda. mas isso é o de menos, minha filha: pior é estar há quase quatro semanas sem dar pra ninguém" ou "sim, ainda. é que o ex era tão ruim de cama que me deixou até traumatizada: virei gay" ou então "ainda! buááááá (abraça a pessoa e começa a chorar descontroladamente)".

essa pergunta me foi feita, entre ontem e hoje, três vezes. não vou dizer que não ficou martelando um pouco na minha cabeça, não - ficou. mas... sei lá. será tão grave ser solteira? as pessoas falam como se fosse uma falha, uma coisa triste, feia. gente! gostar de alguém e ser gostado ao mesmo tempo é tão difícil! sou eu que faço alguma coisa de errado por não ter "conseguido" um namorado até agora, pô? acho que vocês é que andam com o controle de qualidade baixo demais, pessoal!

"ainda"... humpf! foi é pouco!

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Quoting

Ai, que estrago fazem os covardes!

poema das sete latinhas (ou "a história de malvina brown")

na primeira cerveja ele estava emburrado e não olhava pra mim

na segunda cerveja ele começou a sorrir um pouquinho

na terceira cerveja ele passou a prestar atenção no que eu estava falando

na quarta cerveja ele olhou disfarçadamente para os meus peitos

na quinta cerveja ele olhou descaradamente para os meus olhos

na sexta cerveja parecia não ter mais ninguém ao redor

na sétima cerveja eu sucumbi


sucumbi e tudo mudou:

amassou as latinhas, reclamou da hora

e quis me dizer onde ir.

ficou emburrado de novo e não sorriu mais

levantou um tanto alterado, balançou a chave do carro

e quis me levar dali.


sorri sem vontade, recusei delicadamente

e fui embora chorando por dentro.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Tapa

Paf! estalou a minha mão espalmada bem no meio daquela fuça branca que eu já tanto beijei, um tapa ardente, seco, comprido porque ele ainda ficou uns segundos com o rosto virado, estarrecido, bobo.

Um tapa gostoso, o melhor da minha vida porque ele já merecia há tanto tempo, eu que fui empurrando, amando ele, perdoando tudo, eu que fui deixando a surra, mas ontem chegou, chegou a hora de estralar o chicote naquele lombo branco que eu tanto amei, e foi o melhor estralar porque ele se portou como verdadeiro cafajeste, daqueles: em pele de cordeiro.

Porque, depois de na última semana voltar a jurar amor eterno - que vai ficar tudo bem, que me ama mais que tudo, que não pode viver sem mim, que quer seguir junto - depois de dormir comigo quase a semana toda, frágil, me usando a energia, bebendo da minha força, sorvendo tudo de bom que eu tenho e que (sei) dedico a ele a hora que ele quiser, depois de me sugar o sangue, depois de passar a noite toda comigo, cinema, pipoca, carinho, dormir agarradinho, ele acorda de um pulo quando saio atrasada para viajar, e solta a frase que não teve culhão pra dizer antes (ai! que estrago fazem os covardes, os frouxos):

- Semana que vem vou receber uma visita na minha casa. A espanhola.

A espanhola. Ele a convidou para deitar no nosso futon, que compramos juntos, talvez morder o travesseiro que acabo de lhe presentear, dormir na casa onde pintamos, juntos, cada cantinho, onde compranmos juntos todos os móveis, onde construímos um fim de sonho do que seria o nosso amor.

Amor que eu vi, ali, como papel rasgado sendo atirado no lixo , na sádica decisão de levar a mina para a nossa casa, na sádica decisão de me contar depois de dormir comigo, na sádica decisão de jogar pela janela tudo com a maior cara de santo, ah não, ele não faz por má intenção...

Acabou neném. Morreu mais um. Estalou o chicote, o tapa gostoso, Paf! na cara branca e agelical. Agora, não dou nem um segundo do meu olhar, nem um segundo da minha força. Não te seguro a mão. Cai sozinho. E não me apareça na frente. Que dou outro.

você ficava escutando impassível e eu cantando do teu lado a morrer

... deixa eu usar aquela camiseta listrada da novo?



de que calada maneira você chega assim sorrindo?
... e eu morrendo... e eu mor-ren-do!


e dirigi ouvindo o som bem alto pra não escutar a madrugada que faz meu coração chorar.

snif!